Ministro alemão faz advertência à Rússia: “Não queremos ser chantageados”
Desde o começo da guerra na Ucrânia, a Alemanha reduziu sua dependência do petróleo russo de 35% para 12%. E as importações de gás caíram de 55% para 35%.
Até o final deste ano, o governo alemão espera reduzir totalmente as compras de petróleo da Rússia. Mas a questão do gás é mais complicada. Especialistas calculam que antes de 2024, não será possível abrir mão do gás fornecido pelos russos.
Para chegar aos números atuais, o governo alemão vem pagando um alto preço. Parte do fornecimento vem sendo garantido pelos parceiros da Alemanha na Europa, além dos Estados Unidos. Entre os europeus, os que mais têm colaborado são a Noruega e Holanda.
Mas uma parcela significativa vem de aquisições no mercado internacional, aos preços do dia, o que acaba elevando de forma significativa o peso do combustível nas contas do governo.
O ministro da Economia, Robert Habeck, criticou os governos anteriores por levarem o país a uma alta dependência da Rússia em relação aos combustíveis. Mas prometeu acelerar os planos para reverter a situação.
“As empresas estão deixando os contratos com fornecedores russos vencerem e buscando outras fontes. Isto, com uma incrível agilidade”. E acrescentou: “Não queremos ser chantageados”.
Habeck defendeu maior unidade entre os países da União Europeia, com o objetivo de eliminar toda a dependência da Rússia na questão da energia. Esta união, segundo ele, poderá por um fim no que chamou de “o jogo de Putin”.
Rússia tem muitos clientes
Não é apenas a Alemanha que tem forte dependência do gás procedente da Rússia. Dados da Agência Internacional de Energia revelam a situação de outros países:
Itália – 29,2
Turquia – 16,2
Holanda – 15,7
Hungria – 11,6
Polônia – 9,6
China – 9,2
Japão – 8,8
Para a maioria desses países, a situação se complica no final do ano, com a chegada do inverno, quando a demanda por gás para a calefação aumenta de forma significativa.