COMPORTAMENTO

Agora, já é possível marcar um encontro com o “Dr. Morte”

Portland, no Oregon, é o local do "encontro". Estado segue o caminho da Suíça, Canadá e Bélgica

Por: Carlos Taquari
Da redação | 6 de fevereiro de 2023 - 22:53

Aqueles que estiverem buscando um encontro com o “Dr. Death” ( Dr. Morte) agora já sabem onde encontrá-lo. Também podem buscar por outra sigla: DWD, no Inglês Death With Dignity (Morte com Dignidade), que é o nome da lei aprovada no Estado de Oregon, nos Estados Unidos. Primeiro requisito para ser atendido: ter no máximo 6 meses de vida, atestados por exames médicos. Pela legislação, há outras exigências a serem preenchidas, a maior parte de ordem burocrática.

A aprovação desta lei estadual transformou Portland, no Oregon, na capital do suicídio assistido nos EUA, a exemplo do que já existe na Suíça, Canadá e Bélgica, os raros países que adotaram leis nesse sentido. Agora, o Estado se tornou o primeiro, no país, a permitir essa opção aos pacientes terminais.

Em Portland, o Dr. Nicholas Gideonse, diretor da clínica End of Life Choices (Escolhas para o Fim da Vida) é o principal defensor desta opção, para pacientes em estado terminal, que estão cansados de enfrentar tratamentos sem perspectiva ou de aguentar dores insuportáveis. “Para um pequeno número de pacientes que se enquadram nas exigências ou estão determinados a enfrentar esse processo, agora temos a opção”, disse Gideonse.

Dr. Gideonse: uma opção para os pacientes terminais que desejam evitar sofrimentos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Pacientes residentes em outros Estados precisam passar pelo menos duas semanas no Oregon, tempo suficiente para preencher toda a papelada necessária, além de obter a assinatura de dois médicos, responsáveis pela avaliação dos exames e de testemunhas. Só depois disso terão acesso ao coquetel final, feito a partir de “cogumelos mágicos”, segundo a definição local.

O Dr. Gideonse e sua equipe operam numa “zona cinzenta” da legislação norte-americana. O projeto sobre suicídio assistido foi aprovado no ano passado, mas ainda há detalhes da nova legislação que precisam ser referendados pelo legislativo local. Um deles refere-se a pacientes de outros Estados.

Aqui surge o principal complicador. Se a família de um paciente terminal decide levá-lo ao Oregon para ser submetido ao suicídio assistido, ela corre o risco de ser processada no Estado de origem onde o procedimento é considerado ilegal.

Os críticos do projeto afirmam que os Estados Unidos estão caminhando rapidamente para se igualar ao Canadá, onde a legislação sobre suicídio assistido é bastante ampla, permitin do até mesmo o acesso a recurso por motivos bem simples como, por exemplo, a perda de audição. Outro Estado que já discute a aprovação de uma lei semelhante à de Oregon é Vermont.

Embora as leis sobre suicídio assistido nos Estados Unidos sejam bem mais rigorosas do que em outros países, há quem considere que o país está caminhando para uma situação onde o sentido da vida estaria se perdendo. Para esses críticos, num futuro próximo, pessoas que estejam longe de uma situação de paciente terminal, como doentes comuns, idosos que se sentem como um peso para as famílias ou até mesmo endividados acreditem que esta pode ser uma opção.

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