Empresas americanas pagarão as viagens de funcionárias para interromper gravidez
Aumenta a cada semana o número de empresas que se propõem a pagar os custos de viagens de funcionárias a outros Estados, para realizar abortos. Na maioria dos casos, a oferta, que inclui passagens aéreas e hospedagem, chega a 10 mil dólares, mais de 50 mil reais.
Enquanto algumas empresas não se manifestaram, em parte com medo de perseguição e punição dos governantes e políticos conservadores, outras já confirmaram que vão fornecer assistência às funcionárias que enfrentam gravidez indesejada ou que oferece riscos à saúde.
Além do pagamento das despesas de viagem, o apoio inclui assistência jurídica, assistência emocional, como psicoterapia e licença-médica remunerada.
A Disney, que emprega cerca de 80 mil pessoas na Flórida, onde o governador aprovou a proibição de abortos após 15 semanas de gravidez, já afirmou que continua comprometida em dar aos seus funcionários “acesso abrangente, planejamento familiar e cuidados reprodutivos em qualquer lugar dos EUA”.
Outras empresas que indicaram que tomaram medidas semelhantes incluem a editora Condé Nast, a marca de roupas Levi Strauss e as empresas de transporte Lyft e Uber.
Em junho deste ano, a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou o direito constitucional ao aborto ao revisar a decisão do caso “Roe x Wade”. Isso abriu caminho para que 44 estados americanos proíbam o procedimento em algum momento da gravidez.
O presidente da empresa Yelp, Jeremy Stoppelman, disse no Twitter que a decisão do tribunal “coloca a saúde das mulheres em risco”, acrescentando que “os líderes empresariais devem se manifestar”.