As pessoas da Geração Z fazem menos sexo em comparação as outras gerações. Pelo menos é o que indica um estudo realizado pela empresa britânica Insights Vice Media Group. De acordo com a pesquisa, os jovens são contra a ideia de ter um parceiro sexual fixo. “Eles percebem que podem ter parceiros diferentes em momentos diferentes de suas vidas, de forma a atender a diferentes necessidades”, diz Julie Arbit, vice-presidente global da Insights.

A pesquisa analisou 500 entrevistados do Reino Unido e dos EUA (principalmente da Geração Z e da geração do milênio, com alguns da Geração X incluídos “para comparação”),  apenas um em cada 10 membros da Geração Z diz que está “pronto para se comprometer”.

Vale lembrar que a Geração Z inclui os nascidos entre 1995 e 2010; a Geração Y, ou millennials, entre 1980 e 1998; e a Geração X, entre 1965 e 1981.

Outros pesquisadores chegaram a conclusões semelhantes. De acordo com um estudo da Geração Z da Índia, 66% dos entrevistados aceitam que “nem todos os relacionamentos serão permanentes”, com 70% rejeitando um “relacionamento romântico único”.

Geração Z é mais propensa a ter mais de um parceiro sexual. (Crédito: Pexels)

Tanto os pesquisadores quanto os membros da Geração Z atribuem isso a alguns fatores. Primeiro, esta geração está entrando na idade adulta durante um período marcado pela pandemia de Covid-19, mudanças climáticas cada vez piores e instabilidade financeira.

Muitos sentem que precisam alcançar a estabilidade para si mesmos antes de trazer outra pessoa para a cena. “Eles estão hiper-focados em si mesmos”, diz Arbit, “e não é porque eles estão sendo egoístas. Eles sabem que são responsáveis por seu próprio sucesso e felicidade, e sabem que precisam ser capazes de cuidar de si mesmos antes de poderem cuidar dos outros.”

Independência financeira

A Geração Z está priorizando uma base financeira sólida, o que está prolongando o caminho para o casamento, diz Arielle Kuperberg, professora de sociologia da Universidade da Carolina do Norte, EUA. “As pessoas estão demorando cada vez mais para se estabelecer porque estão com dificuldades cada vez mais maiores para alcançar a estabilidade financeira. Eu não acho que eles não querem ter relacionamentos de longo prazo. Acho que eles estão adiando”, diz ela.

Além disso, Kuperberg descobriu que a instabilidade atual levou mais jovens a voltar para casa dos pais porque não podem se dar ao luxo de viver sozinhos aos 20 anos. “O aumento de relacionamentos mais casuais e o declínio em relacionamentos mais sérios … é porque é apenas mais difícil formar [o último]”.

Para os estudiosos do assunto, a pandemia de Covid-19 exacerbou a dificuldade para os jovens adultos de viverem sozinhos de forma independente.