Aqueles que estão acima dos 45 anos e nunca falharam na “hora H”, que atirem a primeira pedra. Mas os números não mentem. Pelo menos 40% dos homens acima dessa faixa etária sofrem do que, nos Estados Unidos e Reino Unido, já ficou conhecido como “Low T”, ou seja, “Baixa Testosterona”.

Muito se fala na menopausa, a mudança no corpo feminino que atinge as mulheres na faixa dos 50 anos, quando os níveis de estrogênio caem de forma acentuada, assinalando o fim do período fértil. Mas pouco se fala na “menopausa masculina” ou a andropausa, caracterizada pela queda no hormônio da testosterona em circulação no organismo. Quando os níveis desse hormônio começam a cair, depois dos 50 anos, os primeiros sintomas são as alterações repentinas de humor e o cansaço. Em seguida, aparecem outros: depressão, ansiedade, ganho de peso e, para completar, a disfunção erétil, mais conhecida como impotência sexual.

A cada ano, milhões de homens entram na faixa etária acima dos 50 anos e passam a enfrentar esses problemas, que não se resumem aos já mencionados. A andropausa também provoca a perda de massa muscular e a queda de cabelo.

Com a diferença de apenas uma ou duas décadas, a impressão é de que o tempo da juventude e o auge da masculinidade ficaram a anos luz de distância.

Os níveis de testosterona alcançam o pico em torno dos 20 anos. Por volta da metade dos 30 anos, começam a cair, em cerca de 1 por cento ao ano.

De maneira geral, os urologistas consideram baixo o nível de testosterona quando está em menos de 300 nanogramas por decilitro (ng/dL). Isso acontece com a maioria dos homens, entre 40 e 50 anos.

Estudo da Universidade de Wisconsin mostra que a baixa testosterona afeta cerca de 12% dos homens na faixa de 50 anos, 19% aos 60 anos, 28% aos 70 anos e 49% aos 80.

Queda nos níveis de testosterona provoca a disfunção erétil, que pode ocorrer a partir dos 40 anos. (Fotos: Pexels)

Fórmula mágica

A testosterona funciona como uma espécie de fórmula mágica para os homens. Produzida nos testículos, ela estimula o desejo sexual, atua no desenvolvimento dos músculos, na distribuição da gordura, na produção de células vermelhas no sangue e de esperma, para garantir a perpetuação da espécie. Também atua no cérebro e na medula espinhal, regulando as funções neurológicas, daí o fato de provocar ansiedade e depressão, quando os níveis caem.

Baixa testosterona pode indicar um problema nas glândulas pituitárias, minúsculo órgão, do tamanho de uma ervilha, situado na base do cérebro, que monitora inúmeras funções do organismo com os hormônios que produz.

Na andropausa, a produção de testosterona não para de uma hora para a outra. Vai apenas diminuindo ao longo do tempo.

Isso explica porque os homens com baixa testosterona ainda conseguem produzir esperma, embora a quantidade e a qualidade também diminuam com o passar dos anos.

Leia também:
O esgotamento é real. Como saber se você tem e como lidar?
Vítimas se recusam a pagar resgate. E hackers ganham menos