Rede abre espaço para vídeos que exaltam violência dos milicianos do Wagner Group
O TikTok está exibindo uma série de vídeos sobre as atividades do grupo de mercenários russos Wagner, um conteúdo que exalta a violência e o desrespeito aos direitos humanos. Os vídeos já alcançaram mais de 1 bilhão de visualizações. O “Wagner Group” vem atuando de forma intensa na plataforma espalhando fake news e estimulando o terror através de vídeos com execuções.
Um levantamento realizado pela NewsGuard, agência de monitoramento de desinformação na internet, com sede nos EUA, destaca que a rede social chinesa vem abrindo espaço para a desinformação.
O Grupo Wagner enviou cerca de 1.000 mercenários para lutar ao lado dos russos na guerra contra a Ucrânia, após o início do conflito, em fevereiro de 2022, de acordo com a inteligência militar britânica. Além de atuarem de forma presencial, matando até mesmo civis, eles agem de forma incessante na rede social, seja para criar conteúdo contra os ucranianos e estimulando a violência ou mostrando gravações de execuções. Os milicianos também têm uma marca, que é o uso da marreta para as matanças.
Vídeos encontrados pela NewsGuard que mostram jovens imitando o miliciano russo em uma execução (ao meio) (Foto: Captura de tela/NewsGuard)
O Parlamento Europeu declarou a Rússia como um Estado patrocinador do terrorismo e pediu que o Grupo Wagner seja colocado na lista de organizações terroristas da União Europeia.
Somente no dia 12 de novembro, 14 vídeos exibiam imagens de execução. Desses, 10 foram removidos pela plataforma por serem contra as diretrizes da empresa. Entretanto, antes da remoção, eles haviam sido vistos, pelo menos, 900.000 vezes.
As hashtags – palavras-chave usadas para indexação a determinados conteúdos – vêm sendo usadas como estratégia de promoção pelos milicianos. A NewsGuard identificou 10 delas que relacionam, diretamente, ao conteúdo do Grupo Wagner. A busca também é feita em Inglês. Segundo o levantamento, duas hashtags na língua inglesa foram vistas mais de 60 milhões de vezes até 29 de novembro.
A NewsGuard solicitou uma resposta da plataforma para a quantidade de vídeos violentos do grupo no ar. Porta-voz do TikTok respondeu: “Não há lugar para conteúdo odioso ou violento em nossa plataforma. Nossas Diretrizes descrevem claramente que não permitimos que as pessoas usem nossa plataforma para ameaçar ou incitar a violência, ou compartilhar ataques ou insultos com base na nacionalidade das pessoas ou em outras características protegidas. Tomaremos medidas contra o conteúdo que violar essas políticas”.
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