Líderes dos países europeus trabalham na organização de um novo clube de nações, uma ideia de Emmanuel Macron
Na primeira semana de Outubro, líderes de dezenas de países da Europa vão se reunir em Praga, na República Tcheca, para tratar dos detalhes da formação de uma nova comunidade de nações, de acordo com proposta feita pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
A nova comunidade não deve interferir nas políticas econômicas e sociais da União Europeia, atualmente integrada por 27 países do continente. Em Londres, a formação desse clube é vista como uma oportunidade para o Reino Unido retomar os laços com seus vizinhos europeus, abalados pelo Brexit, a saída do país da comunidade. Mas integrantes do governo conservador, chefiado pela primeira-ministra Liz Truss, ainda estão céticos diante da ideia. Eles temem que o novo grupo seja “dominado” pela França e demais países do continente.
Todos os 27 membros da União Europeia foram convidados para o encontro em Praga, que terá início no dia 6 de Outubro. A República Tcheca atualmente ocupa a presidência rotativa do Conselho Europeu. Também deverão participar a Suíça, Noruega, Turquia, Reino Unido e a Ucrânia. As nações do Báltico, Lituânia, Letônia e Estônia também foram convidadas, assim como a Islândia, Moldova, Geórgia, Armênia e Azerbaijão.
Embora a proposta de Macron tenha como objetivo principal o planejamento de políticas de médio e longo prazo, observadores consideram inevitável que a agenda inicial de discussões abra espaço para discutir a invasão da Rússia pela Ucrânia e a crise provocada pelo conflito nos setores de energia e alimentação.
Críticos do projeto, levantaram a suspeitas de que, ao sugerir a criação desse novo clube de nações, o presidente da França esteja tentando criar uma “sala de espera”, onde seriam colocados os países que desejam entrar para a União Europeia e não conseguem. Entre eles, incluem-se a Ucrânia, que apresentou a candidatura em Junho último, além das nações do Báltico, que estão tentando há anos se juntar à comunidade. Em Bruxelas, representantes da UE têm insistido que o novo clube não terá como objetivo evitar a ampliação da grupo.