Bloco europeu se mobiliza diante da decisão de Putin de cortar o fornecimento de gás e petróleo
Para um continente que tem uma dependência, em média, de cerca de 40% do fornecimento de energia pela Rússia, a frase de Vladimir Putin soou no mínimo assustadora: “Nada de gás, nada de petróleo, nada de carvão”, declarou Putin, ao anunciar o corte no fornecimento para os países da União Europeia e seus vizinhos, enquanto não forem suspensas as sanções aplicadas ao país como represália pela invasão da Ucrânia.
Os preços dos combustíveis, principalmente do gás utilizado para aquecimento doméstico, estão subindo de forma assustadora na maioria dos países da região. No Reino Unido, o aumento já passa de 80%. Reunidos em Bruxelas, os ministros de Energia da União Europeia aprovaram uma série de medidas para enfrentar a situação e também convidaram o Reino Unido, que já não faz parte do bloco, para se juntarem a esses esforços. “A Rússia está manipulando o mercado de energia”, declarou a Comissária Chefe da União Europeia, Ursula Von Der Leyen. “Mas nós temos força econômica, vontade política e senso de união para seguir em frente”, acrescentou.
Os países do bloco estão se mobilizando para reduzir a dependência do gás e petróleo da Rússia. Portanto, ficou decidido que todos os governos da região farão campanhas para redução do uso de gás para aquecimento, principalmente, nos horários de pico. Será estimulado o uso de energia nuclear, nos países que possuem usinas desativadas ou em manutenção, além da energia eólica e solar. As companhias de energia não poderão aumentar os preços acima de um determinado limite e terão um teto estabelecido para seus lucros.
Países como a Alemanha e Itália, que têm uma enorme dependência do gás e petróleo russos, estão em busca de novos fornecedores. Ambos já iniciaram negociações com a Argélia e Emirados Unidos e esperam encontrar outros fornecedores no Oriente Médio.
Pela ordem, na União Européia, os países mais dependentes do fornecimento de energia pela Rússia são: Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, França e Finlândia. Em consequência do boicote, o governo alemão lançou campanha para que as pessoas deixem o carro em casa e utilizem transporte público, a fim de economizar gasolina ou diesel.