Objetivo é garantir que todos tenham condições de manter seus lares aquecidos durante o Inverno
Pressionados pela disparada dos preços do gás, provocada pela decisão da Rússia de reduzir o fornecimento, os países europeus estão se mobilizando para ajudar suas populações a enfrentar o Inverno que se aproxima. O objetivo principal é garantir que as famílias tenham condições de manter seus lares aquecidos, apesar da redução nas entregas imposta pelo governo russo e da escalada de preços. De maneira geral, a maioria dos países da região esta se mobilizando neste sentido.
O Reino Unido terá o maior pacote de ajuda financeira às famílias e também para as empresas. A nova primeira-ministra Liz Truss anunciou uma ajuda no valor de 200 bilhões de libras esterlinas, algo próximo de 1,4 trilhão de reais, a serem utilizados nos próximos 18 meses. Atualmente, o governo britânico já concede uma ajuda anual de 400 libras para cobrir parte dos custos de energia nas residências das pessoas de média e baixa renda. Esse valor deverá ser aumentado e o governo também planeja conceder empréstimos de longo prazo, a juros baixos, para que as empresas do setor de energia segurem os preços.
A Alemanha, o país mais afetado pelo corte no fornecimento de gás pela Rússia, terá o segundo maior pacote de ajuda financeira a famílias e empresas. O chanceler Olaf Scholz anunciou um socorro de 65 bilhões de euros, nesta semana. Mas, anteriormente, o governo alemão já havia destinado outros 30 bilhões em medidas de auxílio. No total, isto equivale a algo próximo de 500 bilhões de reais.
O governo francês impôs limites aos aumentos nos preços de energia e promete ampliar os subsídios já concedidos às famílias. Mas, em compensação, o presidente Emmanuel Macron pediu à população que reduza o consumo de energia. Aqueles que diminuírem o consumo entre 17h e 20h terão descontos especiais nas contas. A Empresa EDF, Electricité de France, controlada pelo Estado, foi encarregada de segurar os reajustes, até o próximo ano.
Na Itália, as empresas do setor de energia estão proibidas de impor novos reajustes nas contas até Abril do próximo ano. Em menos de doze meses, os preços do gás para consumo doméstico aumentaram em cerca de 70%, desde o início do conflito na Ucrânia. O governo estuda a concessão de subsídios à população.
Outros países afetados pela crise energética, como a Holanda, Suécia, Dinamarca e Áustria também se mobilizam para assegurar que as famílias tenham condições de manter seus lares aquecidos e que as empresas possam continuar funcionando normalmente, enquanto durar o conflito com a Rússia. Moscou ameaça manter os cortes no fornecimento enquanto os países europeus não suspenderem as sanções aplicadas em represália à invasão da Ucrânia.
No total, os pacotes de ajuda anunciados até agora somam cerca de 375 bilhões de euros. O Inverno no hemisfério norte vai de Dezembro a Março.
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