Gigantes da tecnologia assumem compromisso e prometem cautela em relação aos novos desenvolvimentos da IA
Especialistas da área de tecnologia advertem que a inteligência artificial pode levar à extinção da humanidade. O alerta ganhou o apoio de especialistas no assunto, como os chefes da OpenAI e do Google Deepmind, que assinaram uma declaração pública do Center for AI Safety (CAIS), organização sem fins lucrativos de pesquisa na área de tecnologia. “Mitigar o risco de extinção inerente à IA deve ser uma prioridade global, juntamente com outros riscos em escala social, como pandemias e guerra nuclear”, alerta a declaração.
Além de Sam Altman, executivo-chefe da OpenAI, dona do ChatGPT, Demis Hassabis, executivo-chefe do Google DeepMind e Dario Amodei, da Anthropic, também assinaram o documento, além do psicólogo cognitivo, Geoffrey Hinton, que ficou famoso por seu trabalho com redes neurais artificiais. Hinton emitiu um alerta anterior sobre os riscos da IA alcançar um estágio que lhe permita destruir a humanidade. Outro cientista renomado, Yoshua Bengio, especialista em redes neurais artificiais e aprendizagem profunda das máquinas. também assinou a declaração.
Tanto Hinton quanto Bengio, junto com o professor Yann LeCunn, especialista em aprendizado de máquina, visão computacional, robótica móvel e neurociência computacional, são frequentemente lembrados como os “padrinhos da IA” pelo inovador trabalho de pesquisa desenvolvido pelos três, que possibilitou o desenvolvimento da inteligência artificial.
Previsões alarmistas
No entanto, o LeCunn, que também trabalha na gigante Meta, pondera que esses avisos apocalípticos são dotados de certo exagero. Assim como ele, muitos especialistas também acreditam que o medo de IA acabar com a humanidade é irreal e, na verdade, esconde um preconceito com relação ao avanço da tecnologia.
Arvind Narayanan, cientista da computação da Universidade de Princeton, afirma que os cenários de desastre de ficção científica não são realistas. “A IA atual não é nem de longe capaz o suficiente para que esses riscos se materializem”, sentencia.
Elizabeth Renieris, pesquisadora sênior do Instituto de Ética em IA de Oxford, disse que se preocupa mais com os riscos do presente do que com o futuro. “Os avanços na IA ampliarão a escala da tomada de decisão automatizada que é tendenciosa, discriminatória, excludente e injusta”, afirmou a cientista.
Renieris prevê um aumento exponencial na disseminação de desinformação, capaz de fraturar a realidade e corroer a confiança do público, além de gerar mais desigualdade, principalmente para aqueles que permanecem do lado errado da divisão digital, esclarece. Para ela, as ferramentas de IA pegam carona na experiência humana e transferem a riqueza e o poder gerados por conteúdos criados por humanos para um pequeno punhado de corporações privadas.