O Clube de Bilderberg, que reúne chefões das Big Techs, empresários e políticos, também vai tratar da Inteligência Artificial
Empresários, políticos e chefões das grandes empresas de tecnologia estão entre os 130 representantes de 23 países, reunidos neste final de semana, em Lisboa. Os integrantes do Clube de Bilderberg vão tratar de uma extensa pauta, que vai desde os rumos da inteligência artificial, passando pela crise no sistema bancário, transição energética, ameaças transnacionais, até o desfecho da guerra na Ucrânia.
O evento vai até domingo e reúne figuras de peso como os CEO’s das maiores companhias multinacionais de todas as áreas de pesquisa e desenvolvimento, do setor farmacêutico, infraestrutura, indústria, energia, sistema financeiro e, é claro, representantes das gigantes da tecnologia, como OpenAI, Microsoft e Google.
O encontro Bilderberg deste ano também conta com a participação de alguns nomes de destaque da política internacional, como o ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, e o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba. Eles participarão de uma série de discussões que abrangem relações internacionais, comércio, energia e finanças.
Reuniões secretas
Os eventos do Grupo Bilderberg são marcados por muito mistério. Embora as pautas sejam divulgadas, o conteúdo das palestras e dos debates a portas fechadas é mantido em sigilo. O evento segue as normas da Chatham House, que preserva o anonimato de quem expressa suas opiniões em diversas reflexões e debates polêmicos travados nas conferências. Pelas regras da Chatham House, os participantes podem usar a informação tratadas nos debates, mas sem atribuir as opiniões aos seus autores e sem revelar quem participou das discussões.
Um dos temas mais importantes que devem ser tratados no encontro é o futuro das pesquisas na área de inteligência artificial. Para esta discussão foram convidados os CEO’s da OpenAI, Sam Altman, da Microsoft, Satya Nadella, o chefe da DeepMind, Demis Hassabis, e o ex-CEO do Google, Eric Schmidt que discutirão a adoção de possíveis regras para disciplinar as pesquisas com IA.
O funcionamento do Grupo Bilderberg, desde que foi fundado em 1954, sempre suscitou teorias da conspiração, semelhantes às levantadas contra reuniões de alto nível como o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, segundo as quais, os participantes estariam buscando estabelecer uma “nova ordem mundial”. No entanto, os organizadores do evento dizem que a natureza discreta é para permitir maior liberdade de discussão.
A Chatham House, em Londres, é a sede do Royal Institute of International Affairs, organização dedicada à análise dos principais assuntos globais, com o objetivo de difundir ideias visando um mundo mais seguro e estável. Representantes de governos, de empresas e da sociedade civil que integram a organização, participam de debates sobre temas internacionais, conduzidos sob normas de confidencialidade.