The Washington Post

Em pouco mais de uma semana, clientes norte-americanos transferiram US$550 bilhões de dólares de bancos pequenos e médios para os gigantes do setor financeiro, no Estados Unidos. A preocupação é apenas uma: buscar um lugar seguro para deixar seus depósitos. Uma intensa movimentação de valores também vem sendo registrada nos últimos dias no mercado de ações, papéis do governo dos EUA, aplicações em fundos, ouro e até cripto-moedas. Em todos esses setores houve um grande fluxo de transferências.

Só em depósitos bancários, US$550 bilhões foram transferidos para os gigantes, como o JP Morgan, Bank of America e Citigroup. Cerca de 12% dos americanos disseram ter transferido seus depósitos de um banco para outro “por causa da falência do Silicon Valley”, segundo pesquisa feita pelo Yahoo News e YouGov. Outros 18% admitiram que estão pensando em fazer o mesmo.

Ao contrário do esperado pelo governo, uma certa turbulência ainda afeta o setor, após a falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, além do socorro de emergência organizado pelas grandes instituições para garantir liquidez ao First Republic Bank. Havia esperança de uma volta à normalidade, depois que o governo norte-americano assegurou que os depósitos das pessoas físicas e de empresas, até o limite de US% estariam garantidos.

No caso do First Republic, nem mesmo os US$ 30 bilhões do pacote de resgate organizado pelos maiores bancos foi suficiente para acalmar os depositantes. Em poucos dias, os clientes retiraram de lá cerca de US$ 70 bilhões, cerca de 40% dos depósitos do banco, transferidos para outras instituições.

“Turbulência no mercado sempre provoca grandes transferências de dinheiro”, disse Danielle Lucht, consultora financeira em Cape Coral, na Flórida, que tem recebido um grande número de chamadas dos clientes. “A grande preocupação entre eles é esse: meu dinheiro está seguro? Como posso torná-lo mais seguro. As pessoas que têm dinheiro em contas de poupança aproveitam a oportunidade para transferir para outras aplicações”, observa Danielle.