Exemplar único contem todos os 24 livros da Bíblia hebraica e pode render até US$ 50 milhões
The New York Times
O manuscrito de quase 400 folhas de pergaminho foi copiado há cerca de 1,1 mil anos, por um escriba que utilizou letras quadradas, semelhantes aos rolos da Torá encontrados nas sinagogas atuais.
Conhecido como Códice Sasson, o livro também conta a história da própria Bíblia hebraica e de como seu texto foi corrigido e transmitido na forma hoje conhecida.
Desde a semana passada, a Bíblia está exposta na Sotheby’s de Nova York, onde será leiloada. O valor deve chegar a US$ 50 milhões. O livro mede cerca de 30 centímetros e pesa quase 12 quilos. Está encadernado numa capa de couro marrom, feita no início do século 20 que, nem de longe, lhe garante uma aparência atraente, que possa relacionar com o valor estimado.
De uma sinagoga na Síria, que foi destruída entre os séculos 13 e 14, a Bíblia mudou de mãos até desaparecer por cerca de 600 anos. Ressurgiu em coleções particulares no início do século passado e mais uma vez passou de um colecionador para outro até chegar ao atual dono, o colecionador suíço Jacqui Safra.
LEIA MAIS
Durante séculos, a Bíblia hebraica foi transmitida oralmente e havia poucos exemplares disponíveis. Os manuscritos bíblicos hebraicos antigos mais conhecidos são os Manuscritos do Mar Morto, do século 3 A.C. até o século 1 D.C. Então, seguiu-se ao que os estudiosos descrevem como o período do silêncio, em que apenas alguns fragmentos de textos eram acessíveis.
Os cristãos começaram a usar o Códice (a forma do livro que conhecemos hoje) no segundo século D.C, mas os códices completos da Bíblia Hebraica só apareceram após o século 9.
Existem outras duas bíblias hebraicas daquele período. O Códice de Aleppo, mantido no Museu de Israel, que data do século 10, do qual faltam dois quintos de suas páginas, incluindo o Pentateuco. Existe ainda o Códice de Leningrado, que pertence à Biblioteca Nacional da Rússia. Esse está totalmente completo e dada do século 11.
As fotos desta reportagem são uma cortesia da Sotheby’s