INTERNACIONAL

“Post” no Instagram pode resultar em dez anos de prisão para jovem russa

Estudante fez comentário sobre a guerra na Ucrânia, foi acusada de terrorismo e já está sob prisão domiciliar

Da redação | 15 de fevereiro de 2023 - 21:55

Olesya Krivtsova, uma jovem universitária russa, de 20 anos, está sob prisão domiciliar, obrigada a usar tornozeleira eletrônica e seus passos são vigiados pela polícia. Para completar, ela não pode frequentar as aulas na Universidade de Arkhangelsk, no norte do país.

O crime que ela cometeu? Postou no Instagram um comentário sobre a guerra na Ucrânia, dizendo que os ucranianos devem ter ficado felizes com a derrubada da ponte que liga o país à Criméia, ocupada pela Rússia, um fato ocorrido em Outubro do ano passado. Só agora o comentário chegou ao conhecimento da polícia, provavelmente por denúncia feita por algum de seus colegas da universidade.

Por conta disso, Olesya foi acusada de “terrorismo, de desacreditar as forças armadas russas” e mantida sob prisão domiciliar, enquanto aguarda o resultado do julgamento. A pena para esse tipo de acusação costuma ser de 10 anos de prisão.

Leia também:
■ Geração Z acha normal namorar um colega de trabalho
■ Cientistas a um passo de decifrar o mistério das impressões digitais

Olesya: prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica e risco de dez anos na cadeia. (Foto: Arquivo pessoal)

Invasão do apartamento 

Olesya conta que estava ao telefone quando os policiais invadiram seu apartamento: “eu estava falando com minha mãe, quando eles abriram a porta e entraram. Eram muitos. Eles arrancaram o telefone das minhas mãos e, aos gritos, ordenaram que eu me deitasse no chão”.

A jovem comentou que nunca tinha imaginado que alguém pudesse passar por isso apenas por ter postado algo na Internet. “De repente, me dei conta de que estava na mesma situação de pessoas que disparam tiros nas escolas ou comparada com os terroristas do Estado Islâmico”.

Sobre a provável denúncia feita por algum colega da escola, Olesya se lembra que uma amiga lhe mostrou um post encontrado num chat. “No texto, as pessoas comentavam que eu era contra a ‘operação militar especial’ (a designação dada pelo governo de Putin para a invasão da Ucrânia). Eles estavam discutindo se deveriam me denunciar às autoridades”.

De acordo com a legislação sobre prisão domiciliar na Rússia, Olesya está proibida de falar ao telefone e de utilizar a internet.

+ DESTAQUES