MEIO AMBIENTE

FMI defende políticas públicas para enfrentar mudanças climáticas

O Fundo pede medidas mais práticas no combate ao aquecimento global

Por: Lucas Saba
Da redação | 10 de fevereiro de 2023 - 21:55

Apesar do aumento na preocupação com as mudanças climáticas, em escala global, um relatório do Fundo Monetário Internacional mostra que esse fato não se traduz, necessariamente, em apoio a políticas favoráveis ao clima.

O relatório do FMI tomou como base uma pesquisa feita em 28 países, para documentar a relação das pessoas com as práticas ambientais. A maioria dos entrevistados vê a mudança climática como uma ameaça. No entanto, uma série de outros fatores faz as pessoas se distanciarem das políticas de apoio e até fiquem contra o financiamento de programas voltados para o combate ao aquecimento global. A conclusão do documento do Fundo é que os governos precisam aprovar políticas públicas para levar adiante a tarefa de defender o planeta.

Os pesquisadores entrevistaram quase 30.000 pessoas entre julho e agosto de 2022, para avaliar suas opiniões sobre tópicos como precificação de carbono, regulamentos e subsídios para tecnologia limpa, bem como energias renováveis.

“Há um longo caminho a percorrer para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 a 2 graus em comparação com os tempos pré-industriais”, disse Bo Li, vice-diretor-gerente do FMI, em um comunicado. “Fechar essa lacuna exigirá políticas ambiciosas e cuidadosamente calibradas que acelerem a transição verde. Mas mesmo as políticas mais inteligentes não podem ter sucesso sem o apoio do público.”

Bo Li, vice-diretor-gerente do FMI, pede mais apoio público nas causas ambientais. (Foto: Arquivo Pessoal)

O relatório observa que, durante esse período, os altos preços da energia estavam assombrando muitos entrevistados. Preocupações com corrupção e preços altos podem corroer o apoio às políticas de mitigação do clima, de acordo com o relatório. Como resultado, os pesquisadores escreveram que os governos devem se esforçar “para uma comunicação clara e eficaz sobre a importância das políticas ambientais.”

A pesquisa ainda detectou “grandes lacunas no conhecimento do público” sobre políticas e esforços específicos de cada país para reduzir as emissões. Por exemplo, muitos dos entrevistados da pesquisa não tinham opinião sobre as políticas de mudança climática, destacando a necessidade de educação adicional.

O levantamento concluiu que as pessoas com níveis mais altos de educação eram mais propensas a se preocupar com o aquecimento global. Os entrevistados também observaram um alto nível de interesse em acordos internacionais e ações coletivas destinadas a reduzir as emissões globais de carbono. A maioria das pessoas, tanto em países de renda mais alta quanto em países de baixa renda, concordou que todos os países deveriam financiar esforços para combater o aumento das temperaturas.

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