O Fundo pede medidas mais práticas no combate ao aquecimento global
Apesar do aumento na preocupação com as mudanças climáticas, em escala global, um relatório do Fundo Monetário Internacional mostra que esse fato não se traduz, necessariamente, em apoio a políticas favoráveis ao clima.
O relatório do FMI tomou como base uma pesquisa feita em 28 países, para documentar a relação das pessoas com as práticas ambientais. A maioria dos entrevistados vê a mudança climática como uma ameaça. No entanto, uma série de outros fatores faz as pessoas se distanciarem das políticas de apoio e até fiquem contra o financiamento de programas voltados para o combate ao aquecimento global. A conclusão do documento do Fundo é que os governos precisam aprovar políticas públicas para levar adiante a tarefa de defender o planeta.
Os pesquisadores entrevistaram quase 30.000 pessoas entre julho e agosto de 2022, para avaliar suas opiniões sobre tópicos como precificação de carbono, regulamentos e subsídios para tecnologia limpa, bem como energias renováveis.
“Há um longo caminho a percorrer para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 a 2 graus em comparação com os tempos pré-industriais”, disse Bo Li, vice-diretor-gerente do FMI, em um comunicado. “Fechar essa lacuna exigirá políticas ambiciosas e cuidadosamente calibradas que acelerem a transição verde. Mas mesmo as políticas mais inteligentes não podem ter sucesso sem o apoio do público.”
O relatório observa que, durante esse período, os altos preços da energia estavam assombrando muitos entrevistados. Preocupações com corrupção e preços altos podem corroer o apoio às políticas de mitigação do clima, de acordo com o relatório. Como resultado, os pesquisadores escreveram que os governos devem se esforçar “para uma comunicação clara e eficaz sobre a importância das políticas ambientais.”
A pesquisa ainda detectou “grandes lacunas no conhecimento do público” sobre políticas e esforços específicos de cada país para reduzir as emissões. Por exemplo, muitos dos entrevistados da pesquisa não tinham opinião sobre as políticas de mudança climática, destacando a necessidade de educação adicional.
O levantamento concluiu que as pessoas com níveis mais altos de educação eram mais propensas a se preocupar com o aquecimento global. Os entrevistados também observaram um alto nível de interesse em acordos internacionais e ações coletivas destinadas a reduzir as emissões globais de carbono. A maioria das pessoas, tanto em países de renda mais alta quanto em países de baixa renda, concordou que todos os países deveriam financiar esforços para combater o aumento das temperaturas.