Milhares de pessoas estão expostas ao frio e sem acesso a água e energia elétrica. Número de mortos passa de 19.300
A Organização Mundial de Saúde advertiu que uma segunda tragédia pode ocorrer na Turquia e Síria, após os terremotos que devastaram amplas regiões dos dois países. Dezenas de milhares de pessoas que perderam suas casas ou apartamentos estão expostas a temperaturas abaixo de zero, muitas delas espalhadas pelo que sobrou das áreas atingidas, além daquelas ainda sob os escombros. O número de vítimas fatais passa de 20.000 e, entre os sobreviventes, dezenas de milhares estão feridos.
Diante das dificuldades de transporte, com as estradas e pontes danificadas e bairros inteiros destruídos, as equipes de socorro não conseguem atender a todos os sobreviventes, para levar água e alimentos. Além disso, os desabrigados estão sem energia elétrica e comunicação. Alguns resistem dentro dos imóveis semidestruídos, enfrentando o dilema de sair para o frio e o vento nas ruas ou permanecer sob tetos ameaçados de ruir ou em prédios que podem desmoronar a qualquer momento.
Em entrevista concedida na sede da OMS, em Genebra, Robert Holden, diretor para assuntos de emergência da organização afirmou: “os sobreviventes estão expostos ao tempo, em horríveis condições. Estamos diante de um perigo real de enfrentar um segundo desastre que pode deixar um número de vítimas maior do que o provocado pelos terremotos, a menos que seja possível agir com a urgência que a situação exige”. Em seguida, Holden acrescentou: “Esta não é uma tarefa fácil. A escala da operação é gigantesca”.
Corrente de solidariedade
Em Londres, o Comitê de Emergência para Desastres (DEC), que reúne 15 organizações humanitárias do Reino Unido, está mobilizando milhares de voluntários para recolher ajuda destinada aos sobreviventes dos terremotos na Turquia e Síria.
Fazem parte do Comitê organizações sem fins lucrativos como a Oxfam; Save the Children; Cruz Vermelha Britânica e outras. Além de doações em dinheiro, estão sendo recolhidos alimentos, água, cobertores, aquecedores, barracas e equipamentos de primeiros socorros. Algumas dessas organizações, que já atuam em países da região, estão mobilizando seus voluntários com o objetivo de levar ajuda e amenizar a situação dos desabrigados nos dois lados da fronteira.