Governo chinês nega que o balão tenha sido usado para espionagem e diz que a derrubada foi um exagero
Navios da Marinha norte-americana vasculham a área do Atlântico, em frente ao litoral da Carolina do Sul, onde caíram as partes do balão chinês derrubado por um caça da Força Aérea dos EUA. Antes de ser derrubado, o balão sobrevoou boa parte do território dos Estados Unidos. Militares norte-americanos convenceram o presidente Joe Biden a autorizar o ataque, alegando que o aparelho era utilizado para espionagem.
A China nega que o balão era utilizado para espionar os EUA e garante que se tratava apenas de um equipamento de estudos meteorológicos, que escapou do controle de navegação.
O incidente provocou uma crise diplomática entre os dois países. O secretário de Estado, Anthony Blinken, suspendeu uma visita que faria a Beijing e considerou a invasão do espaço aéreo norte-americano como “um ato irresponsável”. Para os EUA, trata-se de espionagem.
. balão foi derrubado por um míssil disparado por um caça da Força Aérea norte-americana. Antes do ataque, a chancelaria chinesa havia divulgado nota pedindo desculpas pela invasão: “Nunca foi nossa intenção invadir o espaço aéreo ou desrespeitar a soberania de outros países”. dizia a nota.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse que Pequim estava “verificando” a situação. “Gostaria de enfatizar que até que os fatos sejam esclarecidos, a especulação e o exagero não serão úteis para a resolução adequada da questão”, disse a diplomata. Trajeto do balão
Na quarta-feira o objeto sobrevoou as Ilhas Aleutas, no Alasca, e atravessou o Canadá antes de invadir o espaço aéreo americano na cidade de Billings, em Montana, disseram autoridades doa EUA.
“Assim que o balão foi detectado, o Pentágono agiu imediatamente para se proteger o país contra a coleta de informações confidenciais”, disse Ryder.
A revelação do sobrevoo do balão espião no espaço aéreo dos EUA gerou forte repercussão no Congresso americano. Tanto republicanos quanto democratas se manifestaram de forma contundente contra a suposta invasão chinesa.
Os deputados Mike Gallagher (Partido Republicano) e Raja Krishnamoorthi (Partido Democrata), líderes de um comitê da Câmara sobre a China, emitiram uma declaração conjunta afirmando que “o Partido Comunista Chinês não deveria ter acesso ao espaço aéreo americano.”
“Isso não é apenas uma violação da soberania americana, ocorrendo apenas alguns dias antes da viagem do secretário Blinken à China, mas também deixa claro que as recentes aberturas diplomáticas do Partido Comunista Chinês não representam uma mudança substantiva na política”, diz o comunicado.
Os congressistas destacaram ainda que o incidente mostra que a ameaça representada pela China “não se limita às costas distantes – está aqui em casa e devemos agir para combater essa ameaça”, afirmaram Gallagher e Krishnamoorthi.