INTERNACIONAL

Mais uma morte em circunstâncias estranhas na Rússia. Agora, foi a vez de um general

Sobe para 10 o número de mortes misteriosas de oligarcas, militares e pessoas ligadas ao Kremlin, em menos de um ano

Por: Carlos Taquari
Da redação | 28 de dezembro de 2022 - 21:55

O general Alexei Maslov, de 69 anos, “sofreu uma queda e morreu”, segundo a versão oficial divulgada em Moscou. O acidente ocorreu um dia após a data marcada para uma visita do presidente Vladimir Putin à fábrica de tanques que ele dirigia. Não há notícias de que o general sofria de algum problema de saúde. A visita de Putin foi cancelada, mesmo depois que a comitiva estava preparada e a neve havia sido removida das estradas.

Maslov foi comandante das forças terrestres da Rússia e também representou o país como embaixador junto à OTAN, a aliança militar do Ocidente. Crescem os rumores de que Putin vem evitando encontros com figuras do alto escalão que questionam o desempenho das tropas russas na Ucrânia ou até mesmo o envolvimento do país no conflito.

A morte de Maslov se segue a de outro militar, também ocorrida em circunstâncias estranhas: o general Alexander Buzakov, de 65 anos, diretor do estaleiro de São Petersburgo, encarregado da construção de novos submarinos, morreu “de forma repentina”, segundo a imprensa oficial russa. O FSB, o serviço secreto russo que substituiu a antiga KGB, criou um grupo especial para investigar as duas mortes.

Dez mortes estranhas

Em menos de um ano, mais exatamente desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, dez magnatas ou militares, quase todos críticos da invasão, morreram em circunstâncias estranhas. A maioria dos falecidos tinham um traço em comum: circulavam pelos altos escalões do Kremlin e alguns tinham até laços estreitos com Putin.

Pavel Pchelnikov: encontrado morto com um tiro, na varanda de seu apartamento

Em Setembro, Pavel Pchelnikov, de 52 anos, foi encontrado morto na varanda de seu apartamento, em Moscou. Pchelnikov, era diretor da empresa de ferrovias da Rússia. Versão oficial de Moscou: ele se matou com um tiro. Semanas antes de aparecer morto, ele publicou fotos com a família, nas redes sociais e parecia satisfeito com a vida. Mas há informações de que estaria sob pressão por causa de atrasos nas entregas de suprimentos para as forças tropas na Ucrânia.

Outros que morreram de forma súbita:

Pavel Antov, magnata do setor de carnes industrializadas. “Caiu” do alto de um hotel na Índia, onde passava férias com amigos.

Leonid Shulman, diretor da área de transporte da Gazprom, encontrado morto com múltiplos ferimentos, no banheiro de seu apartamento.

Ravil Maganov, milionário do setor do petróleo, morreu ao “cair” da janela de um hospital, perto de Moscou, onde havia sido internado para tratar de uma “severa doença”, segundo informou a imprensa russa.

Dmitri Zelenov, magnata do setor imobiliário, passava férias em Antibes, na Riviera Francesa, no início de Dezembro. No dia 9, ele saiu para jantar com amigos. Após alguns drinks, começou a passar mal. Voltou para o hotel e foi encontrado morto ao pé de uma escada. Misteriosamente, ao invés de utilizar o elevador, ele teria “caído do alto da escada”,

Ivan Pechorin, alto executivo da Corporação de Desenvolvimento do Extremo Leste e do Ártico, morreu ao “cair de seu iate de luxo”, perto de Vladivostok.

Anatoly Geraschenko, presidente do Instituto de Aviação de Moscou, morreu “ao cair do alto de uma escada”, segundo um comunicado distribuído pelo instituto que ele dirigia.

Vladislav Avayev, de 51 anos, ex-vice-presidente do Banco Gazprom e ex-alto funcionário do Kremlin, encontrado morto em seu apartamento, em Moscou.

Sergey Protosenya, 55 anos, encontrado enforcado, num apartamento, durante viagem de férias à Espanha. Protosenya era vice-presidente da Novotek, empresa ligada ao Kremlin.

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