Produzir alimentos em quantidade suficiente para alimentar tanta gente e os cuidados com os idosos estão na lista de prioridades
O planeta Terra atingiu nesta terça-feira (15/11) a marca de 8 bilhões de habitantes, segundo estimativa considerada oficial, da Organização das Nações Unidas (ONU).
China e Índia continuam no topo dos países mais populosos. Ambos respondem por mais de um terço da população mundial. A Índia com uma população estimada em 1,38 bilhão e a China um pouco abaixo de 1,4 bilhão de pessoas. Mas, já no ano que vem, a Índia ultrapassará a China e terá a maior população do mundo, segundo previsão da ONU.
De acordo com o relatório World Population Prospects 2022 da ONU em alguns países, a migração internacional também se tornou um importante elemento da mudança populacional. Segundo o relatório, o número médio de nascimentos por mulher ao longo da vida caiu acentuadamente nas últimas décadas.
Em 2021, a taxa média global de fecundidade ficou em 2,3 nascimentos por mulher, caindo de cerca de 5 partos por mulher em meados do século XX.
Dois terços de todas as pessoas no mundo vivem em um país ou área onde a fertilidade está abaixo de 2,1 nascimentos por mulher, que é aproximadamente o nível necessário para populações com baixa mortalidade atingir a estabilidade populacional no longo prazo. E até 2050, as projeções indicam que a fecundidade global média cairá para 2,1 nascimentos por mulher.
Essa realidade já é perceptível na Índia, onde o crescimento populacional anual segue a média de 1,2% desde 2011, em comparação com 1,7% nos 10 anos anteriores, segundo dados do governo de Nova Déli.
Além da diminuição no ritmo de crescimento, a população mundial está ficando mais velha, o que exige dos governos de todos os países maiores investimentos em assistência social e saúde para os idosos.
O relatório World Population Prospects 2022, mostra que a expectativa de vida no mundo atingiu 72,8 anos em 2019, o que representa um aumento de quase nove anos desde 1990. Em 2021 caiu para 71 anos como reflexo da pandemia de Covid-19, mas a projeção é de que a longevidade média global chegue a 77,2 anos em 2050.
Até a metade do século, as Nações Unidas estimam que o número de pessoas com mais de 65 anos será maior do que o dobro do número de crianças com menos de 5 anos de idade.
Um relatório da organização humanitária Oxfam International mostra que a fome extrema dobrou em alguns dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas. Em 2016, o número de pessoas que sofriam de fome aguda era de 21 milhões e saltou para 48 milhões em 2022.
Desse total, quase 18 milhões de pessoas são de países como Afeganistão, Haiti, Somália e Zimbábue, que registram as temperaturas mais quentes do planeta.
De acordo com a Global Footprint Network, organização sem fins lucrativos com sede na Califórnia, com a população atual seria preciso ter 1,75 Planeta Terra para atender de forma sustentável as necessidades de 8 bilhões de pessoas.
O documento aponta para as florestas, rios e terras como recursos destruídos pelo homem e com pouco poder de regeneração. Além disso, o alerta para o risco de manter consumo de combustíveis fósseis nos níveis atuais, deixando de lado fontes renováveis por interesses econômicos ou políticos.
O estudo da GFN faz um cálculo pautado no padrão de vida dos países. Se todos no planeta vivessem como cidadãos da Índia, precisaríamos da capacidade de 0,8 Terras por ano. Um número bem inferior aos residentes dos Estados Unidos, que precisariam de cinco Terras anualmente.
Por essa razão, os países devem buscar formas para otimizar a produção agrícola, investindo em tecnologia, restaurando a biodiversidade e fomentando a produção de pequenos agricultores. Por outro lado, é preciso reduzir o desperdício de alimentos e incentivar o consumo diversificado de alimentos saudáveis, incluindo as culturas nativas.