Governo turco confirma que atentado a bomba em centro comercial foi ato terrorista
Uma explosão em uma movimentada rua de pedestres no centro de Istambul matou seis pessoas e deixou pelo menos 80 feridos neste domingo (13/11).
O governo turco responsabilizou militantes curdos pela explosão na avenida Istiklal. Até o momento a polícia prendeu 47 pessoas suspeitas de envolvimento no crime, entre elas, uma mulher síria acusada de ter plantado a bomba no centro comercial, identificada como Ahlam al-Bashir.
O ministro do Interior, Suleyman Soylu, disse que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e a milícia curda síria YPG são os responsáveis pela explosão. Segundo Soylu, a ordem para o atentado foi dada em Kobani, uma cidade no norte da Síria, onde as forças turcas realizaram operações contra o YPG nos últimos anos.
De acordo com a polícia de Istambul, al-Bashir disse durante o interrogatório que foi treinada por militantes curdos. Imagens de câmeras de segurança mostram uma mulher deixando um pacote abaixo de um canteiro suspenso de flores no meio da avenida pouco antes da explosão.
Os seis mortos pertenciam a três famílias diferentes, dois membros de cada família morreram no ataque. Entre os feridos, duas ainda estão internadas em gravíssimo, segundo informou o ministro da Saúde, Fahrettin Koca. Ao todo 26 feridos ainda estão no hospital e outras 55 pessoas já receberam alta.
A explosão deste domingo despertou preocupações de que mais incidentes desse tipo possam acontecer antes das eleições marcadas para junho do ano que vem. As pesquisas mostram o atual presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, em desvantagem na corrida eleitoral. Ele pode perder o comando do país após duas décadas no poder.
No passado, Istambul foi alvo de muitos ataques de militantes curdos, islâmicos e de esquerda. Uma onda de bombardeios e outros ataques começou em todo o país quando um cessar-fogo entre Ancara e o PKK foi interrompido em meados de 2015, antes das eleições em novembro daquele ano.
Um dos atentados mais violentos aconteceu em junho de 2016 no aeroporto de Istambul. Um terrorista abriu fogo contra passageiros enquanto dois homens-bomba provocaram explosões no terminal de desembarque e no estacionamento do aeroporto. O saldo da tragédia foram 42 pessoas mortas e outras 239 feridas.
Este ano o governo de Tayyip Erdogan realizou três incursões no norte da Síria contra o YPG e o presidente turco prometeu novas ações militares contra o grupo terrorista.
Tanto o PKK quanto o YPG são organizações políticas curdas que desde a década de 1980 se engajaram na luta armada contra a Turquia. Desde 1984, como resultado da violência, mais de 40 mil pessoas foram mortas em confrontos.