ECONOMIA

Onde estão e a quanto somam as reservas estratégicas de petróleo dos Estados Unidos?

Centenas de milhões de barris de petróleo estão estocados, para uma emergência, em cavernas de sal, em dois Estados norte-americanos

Por: Carlos Taquari
Da redação | 31 de outubro de 2022 - 21:55

Se por algum motivo os Estados Unidos deixarem de receber as importações de petróleo do Oriente Médio e de outras regiões, o país conseguiria atravessar 2 anos apenas com seus estoques e a produção interna.

O país tem, atualmente, 405 milhões de barris de petróleo, armazenados em 4 diferentes locais, situados em dois Estados do Sul: Bryan Mound e Big Hill, no Texas; e West Hackberry e Bayou Choctaw, na Louisiana. Também está situada na Louisiana a sede do SPR – Strategic Petroleum Reserve, o serviço encarregado de manter e organizar os estoques.

Como parte da segurança desses locais, o petróleo fica armazenado em 62 cavernas de sal, situadas em áreas que, há milhões de anos, eram cobertas pelo mar, daí os depósitos que se formaram.

Embora a soma atual desses estoques chegue a 405 milhões de barris, os Estados Unidos têm capacidade para armazenar até 714 milhões de barris.

Diante da decisão de manter os estoques estratégicos, uma das questões levantadas é esta: os Estados Unidos não são autosuficientes em petróleo? 

Dados da U.S. Energy Information Administration (EIA) revelam que o país produz cerca de 18, 4 milhões de barris por dia e o consumo fica, em média, em 18,1 milhões por dia. No ano passado, as importações ficaram em torno de 7,86 milhões de barris por dia.

Agora, a pergunta seguinte: então, porque continuam importando?

Por três motivos: porque o óleo importado, mesmo com os custos de transporte e seguros fica mais barato do que o produzido internamente. Segundo: por uma questão de qualidade. Boa parte do produto importado é de melhor qualidade do que o extraído no país, que exige processos químicos mais caros para produção de gasolina e diesel. Em terceiro, vem a questão estratégica. Se por algum motivo – uma guerra por exemplo – o país deixar de receber o produto do Exterior, poderá passar 2 anos consumindo as reservas, até que a produção interna garanta o necessário para o consumo .

Nos últimos meses, o presidente Joe Biden autorizou a utilização de parte dessa reserva, para tentar reduzir os preços dos combustíveis para os consumidores. Há dez dias, foram liberados 15 milhões de barris, que fazem parte de um total de 180 milhões de barris, a serem distribuídos como parte do plano de segurar o preço final nas bombas.

Internamente, Biden sofre críticas de economistas que questionam o fato de queimar as reservas para alcançar uma redução no preço para os consumidores de, no máximo, US$0,25 centavos no galão. Aqui, entra uma outa questão que é a tentativa de conter a inflação, que chegou a bater um recorde de 40 anos, no país, a exemplo do Reino Unido e outros países da Europa.

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