Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul anunciaram uma coalizão contra a retomada de testes nucleares pela Coreia do Norte e garantem que darão uma dura resposta contra o governo de Kim Jong-Un, caso o alerta não seja respeitado. Representantes do bloco acreditam que Pyongyang planeja retomar os testes com bombas nucleares.

O assunto foi tratado em reunião tripartite, em Tóquio, entre o primeiro vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Hyun-dong, o vice-ministro de Relações Exteriores do Japão, Takeo Mori, e a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman. “Concordamos que uma resposta de escala sem paralelo seria necessária se a Coreia do Norte avançar com um sétimo teste nuclear”, disse Cho.

As partes entendem que a retomada dos testes nucleares ameaçaria seriamente a estabilidade regional. Mas os representantes da coalizão não deram detalhes de como seria na prática essa resposta contra a Coreia do Norte.

Kin Jon-Un: recorde de testes bélicos em 2022 (Foto: KCNA)

Último teste

Os norte-coreanos vêm realizando testes militares em um ritmo sem precedentes desde o começo do ano. No período, foram disparados mais de vinte mísseis balísticos, incluindo um que invadiu o espaço aéreo japonês.

Mas, em se tratando de testes com mísseis que podem transportar ogivas nucleares, a última vez que a Coreia do Norte realizou exercícios na região foi em 2017, gerando preocupação para China e Rússia, que, na época, apoiaram as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU contra o governo de Pyongyang.

Mas, agora, como as relações de Washington com Moscou e Pequim estão estremecidas devido à guerra na Ucrânia e as tensões em Taiwan, não está claro se China e Rússia fariam isso novamente. Em maio deste ano, os dois países que atualmente têm interesses regionais em disputa, vetaram um esforço dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU para impor mais sanções à Coreia do Norte por seus repetidos lançamentos de mísseis.

Sem provocações

A vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman pediu à Coreia do Norte que se abstenha de mais “provocações”, porque, segundo ela, são imprudentes e profundamente desestabilizadoras para a região. “Qualquer coisa que aconteça aqui, como um teste nuclear norte-coreano, tem implicações para a segurança do mundo inteiro”, disse Sherman.

Takeo Mori garante que o Japão, a Coreia do Sul e os Estados Unidos trabalharão juntos para “fortalecer ainda mais a capacidade de dissuasão e resposta” em prol da cooperação de segurança trilateral.