Durante encerramento do Congresso do PC chinês, Hu Jintao foi retirado de cena aparentemente à força - veja as imagens
O presidente Xi Jinping foi eleito para mais um mandato, o terceiro, à frente do governo chinês, com apoio dos 2.300 delegados que participaram do Congresso do Partido Comunista Chinês, o evento político mais importante no país. Jinping inicia o novo mandato com o desafio de reaquecer a economia da China que, pela primeira vez em décadas, reduziu o ritmo de crescimento e enfrenta o perigo de uma estagnação.
Além de conquistar mais um período de 5 anos no poder, Jinping recebeu apoio formar um novo núcleo de apoiadores fiéis, que deverão ajudá-lo na tarefa de enfrentar os principais desafios do governo: como retomar o ritmo de crescimento econômico que a China precisa para continuar retirando milhões de pessoas da pobreza – com base numa economia capitalista – ao mesmo tempo em que mantém o regime político fechado do comunismo.
Na cerimônia de encerramento do Congresso, os 2.300 delegados carimbaram a visão política de Jinping, as emendas à constituição do partido e um novo Comitê Central de cerca de 200 membros em tempo integral que liderarão a China pelos próximos cinco anos. Todos foram aprovados por unanimidade por meio de um levantamento de mãos seguido de gritos confirmando nenhuma objeção.
O encerramento do Congresso do PCC foi marcado por uma cena cercada de mistério: o ex-secretário-geral do partido, Hu Jintao, foi retirado do plenário e conduzido para fora por dois seguranças. Na versão da agência Nova China, “ele se sentiu mal e precisou sair”. Mas há outras versões que circulam no país: Jintao já não faz parte do grupo que está no poder e teria sido humilhado em público por ter se envolvido em casos de corrupção e abuso do poder.
O vídeo do incidente inexplicável feito pela agência de notícias France-Presse mostra um Hu possivelmente hesitante ou confuso, primeiro trocando palavras com os homens que tentam retirá-lo e Xi Jinping. Depois de ficar de pé, ele se contém, dá alguns passos lentos, e então se vira para dizer algo a Xi, que assente brevemente, para em seguida continuar olhando para os delegados reunidos.
Hu, que governou a China de 2002 a 2012, acabou saindo depois de colocar a mão no ombro do primeiro-ministro Li Keqiang, seu protegido, e, para muitos, opositor a Jinping, além de ex-candidato ao cargo mais alto do partido.
Formalmente classificado número 2 líder na última década, Li Keqiang, o primeiro-ministro de saída, foi visto por alguns analistas políticos chineses como um questionador do poder de Xi. Como Hu Jintao, ele subiu na hierarquia da Liga da Juventude Comunista, que era uma rede importante na política chinesa antes que as campanhas anticorrupção de Xi Jinping enfraquecessem sua influência. Apesar de ter sido marginalizado por Xi, Li manteve sua reputação de tecnocrata competente e simpático à abertura aos negócios privados.
Mas Li não estará no novo Comitê Central, informou a emissora estatal China Central Television no sábado. Isso significa que é quase certo que o homem de 67 anos se aposentará, apesar de não ter atingido o limite informal de 68.