GUERRA
Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky em pronunciamento na ONU. Foto: Captura/Vídeo.

Zelensky apresenta na ONU plano para acabar com a guerra rapidamente

Proposta inclui um amplo apoio militar dos países da Otan à Ucrânia e a criação de um tribunal para punir crimes de guerra da Russia

Da redação | 22 de setembro de 2022 - 10:34
Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky em pronunciamento na ONU. Foto: Captura/Vídeo.
Por John Hudson,
Do Washington Post

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou um plano para encerrar a guerra de quase sete meses entre a Rússia e a Ucrânia na noite da quarta-feira (22/9) na reunião anual de líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU em Nova York.

O plano de cinco pontos insta as potências mundiais a punir a Rússia e aumentar a ajuda militar a Kiev, em um esforço para forçar a saída das tropas de Moscou da Ucrânia, invadida em 24 de fevereiro.

“A Rússia quer a guerra, é verdade, mas a Rússia não poderá parar o curso da história”, disse Zelensky.
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As observações foram uma repreensão implícita aos países não ocidentais e em desenvolvimento que pediram à Ucrânia e à Rússia que se envolvessem imediatamente em um fim negociado para o conflito.

“A Rússia terá que ser forçada a acabar com esta guerra, a guerra que ela começou”, reforçou Zelensky. “Eu descarto que o acordo possa acontecer em uma base diferente desta que apresento.”

Dezenas de países não alinhados esta semana mantiveram uma posição neutra sobre o conflito — uma posição que Zelensky criticou e descreveu como atitude para apenas “proteger seus interesses”.

Maioria dos representantes na Assembleia da ONU aplaudiu fala de Zelensky. Foto: Captura/Vídeo.

Os comentários foram aplaudidos de pé pelos líderes mundiais na Assembleia Geral da ONU, que votaram anteriormente para permitir que Zelensky pudesse falar na assembleia remotamente, por uma contagem de 101-7 — um privilégio negado a outros líderes mundiais.

Minoria silenciada

A delegação russa permaneceu sentada após as declarações de Zelensky, juntamente com delegações da Namíbia, Emirados Árabes Unidos e outros países.

Zelensky repreendeu os sete países que votaram contra seu pedido, dizendo que estavam “com medo de um discurso em vídeo”.

Como parte de seu plano, Zelensky disse que um tribunal especial deveria ser formado para punir a Rússia. Ele também disse que o Kremlin deve perder o poder de veto que possui como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
“O único que quer a guerra”

Zelensky afirmou que toda a comunidade internacional quer a paz, exceto a Rússia. “A Ucrânia quer a paz, a Europa quer a paz, o mundo quer a paz e vimos quem é o único que quer a guerra”, disse ele, sem mencionar o nome do presidente russo, Vladimir Putin.

“Há apenas uma entidade entre todos os estados membros da ONU que diria agora, se pudesse interromper meu discurso, que está feliz com esta guerra, com sua guerra.”

Mais ajuda para acabar com a guerra

Zelensky disse que a Ucrânia recuperaria seu território, mas que levaria tempo e exigiria força militar. Ele renovou suas exigências para que as nações enviem ajuda militar à Ucrânia para que ela possa repelir as forças russas mais bem equipadas.

“Podemos devolver a bandeira da Ucrânia a todo o nosso território. Podemos fazê-lo com a força das armas, mas precisamos de tempo”, disse.

O discurso veio quando Putin parecia pronto para escalar o conflito, anunciando referendos em quatro regiões ocupadas da Ucrânia sobre a adesão à Rússia — estratégia prévia à anexação. Putin também anunciou uma ordem de mobilização parcial para que cerca de 300.000 reservistas se juntassem à guerra.

Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky em pronunciamento na ONU. Foto: Captura/Vídeo.

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