A tecnologia que nos dá liberdade também funciona como uma prisão
Smartphones, aplicativos, redes sociais, relógios inteligentes, videogames, tablets e notebooks são mais viciantes do que imaginamos. Você fica acordado até tarde olhando o Instagram ou TikTok regularmente? O celular está prejudicando o seu rendimento no trabalho? O seu fascínio pela telinha está atrapalhando o seu relacionamento com os amigos? Se você respondeu sim para algumas dessas perguntas ou para todas, o sinal amarelo acendeu.
“Ao mesmo tempo que estamos ocupados, também nos sentimos ineficientes. Estamos conectados, mas somos solitários. A tecnologia que nos dá liberdade também funciona como uma prisão — quanto mais ficamos presos, nos perguntamos com mais frequência quem está realmente no controle. O resultado é uma tensão paralisante”, afirma a jornalista americana Catherine Price no livro “Celular: Como Dar um Tempo”.
Apesar do uso excessivo do telefone móvel ou ato de conferir a tela a todo momento ainda não ser oficialmente reconhecido como um transtorno mental pela Associação Psiquiátrica Americana, um número cada vez maior de especialistas reconhece que as pessoas podem ficar viciadas em seus smartphones. A professora de psiquiatria Anna Lembke, da Universidade de Stanford, é uma das profissionais que está preocupada com esse tipo de dependência. Segunda ela esse vício pode ser parcialmente definido pela perda do controle, compulsão e o uso contínuo sem medir as consequências. Você é daqueles que leva o celular para todos os lugares e fica extremamente nervoso quando esquece o aparelho em casa ou no trabalho? Se respondeu positivo novamente, você tem compulsão pelo smartphone e já está desenvolvendo um vício. Cuidado!
Os telefones celulares também oferecem benefícios que vão além da comunicação básica. Algumas pessoas frequentemente organizam seus afazeres diários profissionais e pessoais com auxílio desse aparelho. Celulares tornam mais fácil entrar em contato com a família, amigos, clientes, fornecedores, chefe e colegas de trabalho, médicos, seja por chamadas de voz ou vídeo. A pandemia de Covid deixou isso claro com a implantação definitiva da telemedicina.
Smartphones permitem ao usuário estar conectado a todo tempo. Além de atualizar as redes de relacionamento, pode-se verificar horários de filmes e reservas de entradas, fazer reservas para jantares, enviar e-mails e consultar caminhos. O aparelho também é útil em situações de emergência para ligar para a polícia, chamar um reboque ou avisar a família sobre locais e horários. Esses dispositivos oferecem uma verdadeira rede de segurança.
TIRE UMA FOLGA DAS TELAS
Anna Lembke, depois de muitos casos de vício em celular no seu consultório, sugere que as pessoas evitem completamente o uso de todas as telas por um dia ou um mês. O período de jejum dependerá do nível de uso, segundo ela. A psiquiatra de Stamford alerta que muitas pessoas podem inicialmente notar sintomas de abstinência, como irritabilidade ou insônia, mas com o tempo elas começarão a sentir melhor. Ao final de um mês de folga das telas, a maioria relata menos ansiedade e depressão, dorme melhor, tem mais energia e se torna mais ativa.
Alter recomenda definir horários ou dias da semana em que você não usa o aparelho, como antes e depois do trabalho. O professor da Universidade de Nova York também orienta deixar o celular em outro cômodo, mantê-lo fora do seu quarto ou colocar o smartphone em uma caixa na sala de estar durante a hora do jantar.
7 DICAS PARA VOCÊ USAR MENOS O SMARTPHONE
1- Bloquear notificações de aplicativos
2- Usar temporizador em celular e aplicativos
3- Ativar a “Hora de Dormir”
4- Usar apps de produtividade
5- Ativar o filtro preto e branco da tela para diminuir a tentação
6- Usar aplicativos para controlar o tempo de uso dos filhos
7- Ativar lembrete diário sobre o tempo de uso do TikTok, Instagram, Youtube e Facebook