Viajantes podem escolher entre 130 países, em todos os continentes
Se você não vê a hora de fazer as malas e cair no mundo, mas não tem dinheiro suficiente, esta pode ser sua oportunidade. Você pode escolher entre 130 países para passar uma temporada, pagando só a passagem. Não se paga nada pela hospedagem e alimentação. Em troca, só é preciso trabalhar algumas horas por dia – em geral apenas meio período – ajudando os proprietários nos cuidados com as plantações.
A palavra mágica é: WWOOF – Worldwide Opportunities in Organic Farms, ou, Oportunidades em Todo o Mundo, em Fazendas Orgânicas. A partir do momento em que você participar, será um Wwoofer, que estará fazendo Wwoofing.
Lançada na Inglaterra, em 1971, com o objetivo de incentivar a produção de orgânicos, a iniciativa acabou se tornando uma oportunidade, principalmente para os jovens – que não exigem muito conforto – de conhecer outros países, ter contato com outras culturas e aprender novas línguas, embora um conhecimento básico seja importante para permitir a comunicação com o responsável pelo local escolhido.
Em alguns lugares, não existe um único proprietário, mas um grupo de responsáveis pelo plantio e colheita. Para aqueles que não dominam muito bem um idioma, é possível ganhar fluência e ampliar o vocabulário no contato diário. Também é uma chance de fazer novos amigos e ampliar os horizontes.
Na França, quem tiver a sorte de ser recebido pelo casal Dominic e Michelle, donos de uma pequena propriedade, na região Sudoeste, entre Bordeaux e Saint Emilion, terá uma oportunidade única. A começar pelo surpreendente – para um francês – bom humor do proprietário, além da inesgotável paciência dele e da mulher, Michelle, para ajudar os visitantes na fluência da língua.
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Ostentando uma vasta barba branca, Dominic ainda tem muita disposição para o trabalho. Uma saúde que deve ser herança dos tempos da juventude, quando atravessava a Argélia de bicicleta e percorria países como o Marrocos e Mali, todos ex-colônias francesas na África. Esta disposição também pode estar relacionada com as taça de vinho, das quais não abre mão no almoço – seguido de uma siesta – e no jantar. Ele só não se dispõe a plantar videiras, porque acha que dá muito trabalho; “Porquoi travailler la vigne, si on peut boire le vin sans travailler?”, ele pergunta, sempre com um sorriso. (por que trabalhar nas vinhas, se podemos beber o vinho sem trabalhar?).
Passar uma temporada na região Sudoeste da França é uma magnífica oportunidade de conhecer uma das mais belas regiões do País. Pelas estradas, a paisagem é de quilômetros e quilômetros de vinhedos. Nas horas vagas, é possível percorrer os inúmeros Châteaux e saborear os diversos tipos de vinho da região, famosa pela produção dos melhores tintos do mundo. Ou, então, passear pelas ruas estreitas de Bordeaux e pela cidade medieval de Saint Emilion, uma pérola medieval incrustada nas colinas.
Sobre um desses Châteaux, corre a lenda de que costuma ser visitado por assombrações. O mais provável é que isto ocorra apenas na imaginação de alguns. Mas a tragédia que deu origem à lenda é real.
A história dessa tragédia, relacionada com uma transação financeira que envolveu centenas de milhões de euros, contaremos amanhã, junto com um passo a passo para se tornar um Wwoofer e cair no mundo. Esperamos vocês.