CULTURA

Viajar pelo mundo, quase de graça? Sim, isso existe!

Viajantes podem escolher entre 130 países, em todos os continentes

Por: Carlos Taquari
Da redação | 24 de julho de 2022 - 15:55

Se você não vê a hora de fazer as malas e cair no mundo, mas não tem dinheiro suficiente, esta pode ser sua oportunidade. Você pode escolher entre 130 países para passar uma temporada, pagando só a passagem. Não se paga nada pela hospedagem e alimentação. Em troca, só é preciso trabalhar algumas horas por dia – em geral apenas meio período – ajudando os proprietários nos cuidados com as plantações.

A palavra mágica é: WWOOF – Worldwide Opportunities in Organic Farms, ou, Oportunidades em Todo o Mundo, em  Fazendas Orgânicas. A partir do momento em que você participar, será um Wwoofer, que estará fazendo Wwoofing.

Lançada na Inglaterra, em 1971, com o objetivo de incentivar a produção de orgânicos, a iniciativa acabou se tornando uma oportunidade, principalmente para os jovens – que não exigem muito conforto – de conhecer outros países, ter contato com outras culturas e aprender novas línguas, embora um conhecimento básico seja importante para permitir a comunicação com o responsável pelo local escolhido.

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Em alguns lugares, não existe um único proprietário, mas um grupo de responsáveis pelo plantio e colheita. Para aqueles que não dominam muito bem um idioma, é possível ganhar fluência e ampliar o vocabulário no contato diário. Também é uma chance de fazer novos amigos e ampliar os horizontes.

Viajar pelo mundo, quase de graça? Sim, isso existe!. Saint Emilion: pérola medieval incrustada nas colinas do Sudoeste da França

Saint Emilion: pérola medieval incrustada nas colinas do Sudoeste da França. Foto: Carlos Taquari 

Entre os 130 países que aceitam Wwoofers, na Europa, incluem-se a França, Itália, Espanha, Portugal e Inglaterra, onde nasceu o movimento. Mas existem muitos outros na Ásia, Estados Unidos, Canadá, Austrália.

Na França, quem tiver a sorte de ser recebido pelo casal Dominic e Michelle, donos de uma pequena propriedade, na região Sudoeste, entre Bordeaux e Saint Emilion, terá uma oportunidade única. A começar pelo surpreendente – para um francês – bom humor do proprietário, além da inesgotável paciência dele e da mulher, Michelle, para ajudar os visitantes na fluência da língua.

Sempre sorrindo, Michelle conta que adora receber visitantes das mais diversas partes do mundo. “É um jeito de viajar sem sair de casa”, diz ela. No local, eles plantam verduras, legumes, chás e algumas frutas.

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Viajar pelo mundo, quase de graça? Sim, isso existe! Dominic: porque trabalhar nas vinhas, se é melhor beber o vinho?

Dominic: por que trabalhar nas vinhas, se é melhor beber o vinho? Foto: Roberto Andrade 

Ostentando uma vasta barba branca, Dominic ainda tem muita disposição para o trabalho. Uma saúde que deve ser herança dos tempos da juventude, quando atravessava a Argélia de bicicleta e percorria países como o Marrocos e Mali, todos ex-colônias francesas na África. Esta disposição também pode estar relacionada com as taça de vinho, das quais não abre mão no almoço – seguido de uma siesta – e no jantar. Ele só não se dispõe a plantar videiras, porque acha que dá muito trabalho; “Porquoi travailler la vigne, si on peut boire le vin sans travailler?”, ele pergunta, sempre com um sorriso. (por que trabalhar nas vinhas, se podemos beber o vinho sem trabalhar?).

Passar uma temporada na região Sudoeste da França é uma magnífica oportunidade de conhecer uma das mais belas regiões do País. Pelas estradas, a paisagem é de quilômetros e quilômetros de vinhedos. Nas horas vagas, é possível percorrer os inúmeros Châteaux e saborear os diversos tipos de vinho da região, famosa pela produção dos melhores tintos do mundo. Ou, então, passear pelas ruas estreitas de Bordeaux e pela cidade medieval de Saint Emilion, uma pérola medieval incrustada nas colinas.

Viajar pelo mundo, quase de graça? Sim, isso existe! Uma paisagem repousante: quilômetros de vinhedos ao longo das estradas

Uma paisagem repousante: quilômetros de vinhedos ao longo das estradas. Foto: Carlos Taquari 

Sobre um desses Châteaux, corre a lenda de que costuma ser visitado por assombrações. O mais provável é que isto ocorra apenas na imaginação de alguns. Mas a tragédia que deu origem à lenda é real.

A história dessa tragédia, relacionada com uma transação financeira que envolveu centenas de milhões de euros, contaremos amanhã, junto com um passo a passo para se tornar um Wwoofer e cair no mundo. Esperamos vocês.

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