Para os cientistas da NASA, os vulcões estão desencadeando um fenômeno que provoca as mudanças
Cientistas da NASA acreditam que Vênus pode ser um planeta mutante, que vem alterando sua própria superfície. Os pesquisadores estão investigando se os vulcões podem estar influenciando na perda de calor, o que resulta em mudanças na camada externa do planeta. Vênus é o segundo planeta mais próximo do Sol, depois de Mercúrio. O estudo foi publicado na revista científica, Nature Geoscience.
A equipe da NASA diz que os dados mostram sinais de atividade geotérmica. A descoberta fornece indícios de que planetas como a Terra podem ter tido superfícies dinâmicas mesmo antes de formar placas tectônicas. A pesquisa mostra Vênus perdendo calor devido à atividade geológica em regiões chamadas coronas, possivelmente como a atividade tectônica semelhante na Terra.
A equipe do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA explica que a Terra e Vênus são planetas rochosos com aproximadamente o mesmo tamanho e possuem semelhantes químicas. Isso significa que eles deveriam estar perdendo seu calor interno para o espaço aproximadamente na mesma medida.
Ainda é um mistério como funciona o mecanismo de fluxo de calor de Vênus. Os cientistas afirmam que o uso de dados de três décadas da missão Magellan da NASA está ajudando a dar uma nova perspectiva de como Vênus esfria. O novo estudo descobriu regiões finas da camada superior do planeta e isso poderá fornecer uma resposta.
A Terra tem um núcleo quente que aquece o manto transportando esse calor para a camada rochosa externa rígida da Terra, ou litosfera. O calor é então perdido para o espaço, resfriando a região superior do manto. Essa convecção do manto impulsiona os processos tectônicos na superfície, mantendo uma colcha de retalhos de placas móveis em movimento.
Missão a Vênus dentro de 10 anos
A missão Veritas, destinada a investigar Vênus, será lançada dentro de uma década, de acordo com a NASA. A missão usará um radar de abertura sintética de última geração para criar mapas globais em 3D e um espectrômetro de infravermelho próximo para descobrir do que a superfície é feita.
Veritas também medirá o campo gravitacional do planeta para determinar a estrutura do interior de Vênus. Juntos, os instrumentos irão preencher vácuos na história dos processos geológicos do passado e do presente do planeta.
Crédito da ilustração: NASA/JPL-Caltech.