GUERRA

Ucranianos fazem fila para doar sangue a seus soldados 

Exército bloqueia os repórteres da linha de frente da guerra em Mykolaiv

Por: Carlos Taquari
Da redação | 3 de setembro de 2022 - 19:34
Ucranianos fazem fila para doar sangue a seus soldados 

População é convocada para doar sangue para os soldados na Ucrânia. Foto de Heidi Levine – The Washington Post

Centenas de civis e soldados ucranianos fizeram fila em resposta a diversos pedidos de doação de sangue na cidade de Mykolaiv, que fica no sul do país e ainda resiste à invasão das forças russas. “Eles disseram na TV que havia uma necessidade urgente de repor o estoque de sangue”, disse Svitlana Mymokhod, 58, uma contadora que começou a cozinhar para unidades do exército local após a invasão russa no final de fevereiro. “Essa é a primeira vez que eu estou doando sangue em 20 anos. Eles pediram por doadores B-negativos, que é o meu caso.” E completou: “precisamos dar mais sangue para salvar os soldados que estão lutando por nós”.

A cidade de Mykolaiv, que tem cerca de 500 mil habitantes, é um ponto estratégico desde o início da guerra, onde os militares ucranianos conseguiram impedir as forças russas de avançar para o oeste, em direção ao porto de Odessa, no Mar Negro. “A necessidade é crítica agora”, disse Vladyslav Vekha, 25, um soldado de Mykolaiv que teve um dia de licença para doar sangue.

As tropas de Putin estão perto, na região de Kherson, onde a Rússia controla o território desde o início do conflito e onde os combates aumentam à medida que a Ucrânia tenta se defender.

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Kiev tem sinalizado há semanas que uma forte contra-ofensiva está se aproximando. De acordo com as versões oficiais da Ucrânia, as forças do país estão utilizando os novos equipamentos fornecidos pelo Ocidente, para conter a ofensiva dos russos.

Nos últimos dias, os moradores de Kherson descreveram um aumento no fogo de artilharia de ambos os lados, com pessoas fugindo por uma ponte improvisada de cascalho e canos ou nadando pelo rio Inhulets.

O exército ucraniano bloqueou os repórteres que estão cobrindo a linha de frente da guerra desde o início, deixando os moradores de Mykolaiv só com informações do Telegram e dos bate-papos em grupo.

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