GUERRA

Tropas ucranianas recuperam cidade estratégica em região ocupada pela Rússia

A reconquista da cidade de Lyman, no leste da Ucrânia, é um duro golpe contra Moscou e demonstra vantagem tática dos ucranianos na guerra

Por: Mario Augusto
Da redação | 1 de outubro de 2022 - 14:48

O Ministério da Defesa da Rússia reconheceu neste sábado (01/10) que suas tropas abandonaram a cidade de Lyman, na região de Donetsk, após as forças ucranianas terem cercado milhares de soldados russos na área.

A reconquista da cidade de Lyman aconteceu um dia depois de a Rússia ter promovido a anexação de quatro regiões ucranianas – incluindo Donetsk, onde Lyman está localizada.

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A derrota russa no campo de batalha provocou reações de aliados. O presidente da República da Chechênia, Ramzan Kadyrov, que integra a Federação Russa, fez duras críticas ao comandante da operação militar e disse que Moscou deveria considerar o uso de uma arma nuclear de baixo rendimento contra a Ucrânia.

“Na minha opinião pessoal, medidas mais drásticas devem ser tomadas, até a declaração da lei marcial na fronteira e o uso de armas nucleares de baixo rendimento”, escreveu Kadyrov no Telegram.

Ramzan Kadyrov, líder checheno, defende uso de armas nucleares de baixo rendimento. (Foto: Wikimedia Commons)

O arsenal nuclear da Rússia

Armas nucleares de baixo rendimento são igualmente perigosas, porém com menor poder de destruição. De acordo com a Federação de Cientistas Americanos, a Rússia dispõe de 4.477 ogivas nucleares implantadas e de reserva. Desse total, cerca de 1.900 são ogivas “não estratégicas”, também conhecidas como armas nucleares táticas ou armas nucleares de baixo rendimento.

Estas ogivas táticas foram projetadas para uso limitado em campo de batalha, para destruir alvos pontuais, como uma coluna de tanques ou um grupo de batalha de porta-aviões, se usado no mar.

Elas são classificadas dessa forma porque apresentam rendimentos explosivos de 10 a 100 quilotons de dinamite. Comparando com as ogivas nucleares mais poderosas que a Rússia tem o rendimento explosivo pode variar de 500 a 800 quilotons, suficiente para destruir cidades inteiras – e tudo o que tiver em volta delas.

Prisão inesperada

Enquanto isso, o Operador nuclear da Ucrânia denunciou que forças russas detiveram o chefe da usina nuclear de Zaporizhzhia, atualmente ocupada pelas forças de Moscou.

Ihor Murashov preso por tropas russas. (Foto: Ukranews)

Segundo as informações do regulador nuclear estatal da Ucrânia, Ihor Murashov foi detido na sexta-feira (30/09) quando seguia de carro para a instalação da usina nuclear. O presidente da estatal disse que o diretor da usina teria sido vendado e levado para uma prisão na cidade de Enerhodar.

Até o momento o Ministério da Defesa russa não se manifestou sobre a prisão de Ihor Murashov.

A usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, no sul da Ucrânia, foi tomada pelo exército russo em março deste ano, mas a equipe ucraniana que mantém a usina em operação foi mantida e trabalha normalmente.

Rússia e Ucrânia trocam acusações mútuas em relação a autoria de seguidos bombardeios contra a usina, o que desperta uma preocupação global com o risco de um grande incidente de radiação nuclear na Europa.

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