Terrorista invade área habitada pela comunidade curda e faz vários disparos
The Washington Post
Três pessoas morreram e pelo menos três ficaram feridas em um tiroteio em Paris, de acordo com o ministro do Interior da França, que disse que o suspeito “claramente queria atacar estrangeiros” e provavelmente agiu sem ajuda de ninguém.
O tiroteio, que foi numa parte bem movimentada e agitada culturalmente da capital francesa, teve como alvo um centro comunitário curdo, um restaurante e um salão de beleza. Manifestantes curdos se reuniram no local do crime para prestar homenagens e protestar. Houve confusão entre os policiais e membros da comunidade, que gritavam palavras de ordem condenando o governo turco, que persegue a etnia curda na Turquia, e culpando as autoridades francesas por não protegê-los.
“Vimos um homem entrar e começar a atirar”, disse uma testemunha à Agência France-Presse. As autoridades descreveram o suspeito, que estava sendo atendido pelo serviço de emergência por ter ferimentos no rosto após sua prisão, como um cidadão francês de 69 anos, que já havia sido acusado, anteriormente, de violência racial em um ataque com espada num acampamento de imigrantes. Ele foi libertado da prisão há duas semanas e agora está sendo investigado por “assassinato”, “tentativa de assassinato” e “violência intencional com armas”.
A promotora Laure Beccuau disse que não via razão para que os promotores de contraterrorismo assumissem a investigação, uma medida que alguns políticos de esquerda defenderam. Ataques semelhantes e realizados por radicais islâmicos já foram investigados como atentados terroristas.
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“Os curdos da França foram alvo de um ataque horroroso no coração de Paris”, twittou o presidente francês Emmanuel Macron. “Vibrações positivas para as vítimas, para as pessoas que lutam para sobreviver, para suas famílias e entes queridos.”
No início do dia, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, alertou que era muito cedo para concluir que o suspeito tinha como alvo deliberado os curdos, e não os estrangeiros em geral.
Falando perto do local do tiroteio, Darmanin disse que o suspeito não era conhecido por ser um membro ativo de grupos extremistas de direita e sim por praticar em campos de tiro.