Pesquisa feita em Israel e EUA mostra que as pessoas que traem não planejam fazê-lo na maioria dos casos
A empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa. Estudos diversos já demostraram sua importância para o indivíduo e para a vida em sociedade. Agora, uma nova pesquisa da Universidade Reichman, em Israel, e da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, mostrou o impacto da desta habilidade nos relacionamentos amorosos. Segundo o estudo, a empatia aumenta o interesse pelo parceiro amoroso e diminui o interesse sexual por outras pessoas, evitando a traição.
De acordo com um dos autores da pesquisa, Gurit Birnbaum, ao contrário do que se possa pensar, as pessoas que traem não planejam fazê-lo na maioria dos casos. “A oportunidade se apresentou e eles estavam muito exaustos – muito cansados, ou muito bêbados, muito distraídos – para lutar contra a tentação”, explica.
Minhas, suas ou nossas necessidades
A empatia assim, faz com que o indivíduo pense no outro, diminuindo o desejo de colocar as suas próprias necessidades em primeiro lugar. De acordo com a pesquisa, foi possível observar que os homens são mais propensos a trair porque sentem que suas necessidades sexuais não estão sendo atendidas. Já as mulheres, que suas necessidades emocionais não estão sendo supridas.
“Trair significa priorizar os próprios objetivos sobre o bem do parceiro e do relacionamento. Então, ver as coisas da perspectiva da outra pessoa dá uma visão mais equilibrada dessas situações”, explica o professor de psicologia na Universidade de Rochester e coautor do estudo, Harry Reis.
Melhoria nos laços do próprio casal
Além disso, segundo os pesquisadores, a empatia fortalece o vínculo entres os parceiros no relacionamento. No momento em que se pensa e age para satisfazer o outro, o relacionamento se torna mais íntimo, facilitando inclusive a resolução de conflitos.
A boa notícia, é que a empatia não precisa ser uma capacidade do homem e da mulher. Se apenas um do casal possuir esta característica, a chance de melhoria do relacionamento e diminuição de traição ocorre de ambos os lados. “É uma daquelas habilidades que podem ajudar as pessoas a ver o ‘nós’ – em vez do ‘eu e você’ – em um relacionamento”, conta Reis.
Mais detalhes
Participaram do estudo 408 participantes, sendo 213 mulheres israelenses e 195 homens israelenses, com idades entre 20 e 47 anos. Todos estavam em um relacionamento monogâmico e heterossexual por pelo menos quatro meses. A pesquisa foi dividida em três fases, em que os entrevistados avaliaram, encontraram ou pensaram sobre pessoas estranhas atraentes. Os pesquisadores analisaram as expressões de interesse, compromisso e desejo por seus parceiros atuais na medida do avanço dos testes.
Birnbaum e seus colegas declaram que os resultados da pesquisa são importantes, porque podem ajudar a entender como as pessoas podem resistir as tentações de curto prazo: “A consideração ativa de como os parceiros românticos podem ser afetados por essas situações serve como uma estratégia que encoraja as pessoas a controlar suas respostas a parceiros alternativos atraentes e depreciar sua atratividade”, conclui o professor.