INTERNACIONAL

Talibã fecha universidades para mulheres no Afeganistão 

Mulheres também estão excluídas do ensino médio 

Por: Marcelo Bonfá
Da redação | 20 de dezembro de 2022 - 21:55

O Talibã, o grupo fundamentalista que assumiu o poder no Afeganistão há pouco mais de um ano, anunciou o fechamento das universidades para mulheres no Afeganistão. Esse retrocesso, que começa a valer imediatamente, foi informado em carta pelo ministro da Educação.

Essa medida tomada pelo grupo dificulta ainda mais o acesso das mulheres à educação formal, pois elas já não tinham acesso ao ensino médio. Agora só restou o ensino primário para as meninas, mas não se sabe até quando.

Há 90 dias, milhares de jovens  participaram de um vestibular para entrar nas universidades do Afeganistão. Os únicos cursos que foram disponibilizados eram veterinária, engenharia, economia e agricultura.
Desde o ano passado, com o Talibã no controle do governo no Afeganistão, as mulheres vêm perdendo uma série de direitos e liberdades. As salas de aulas e as entradas das universidades foram separadas por gênero, por exemplo.

O caso Malala

No dia 9 de Outubro de 2012, a jovem paquistanesa Malala  Yousafzai estava num ônibus escolar, na província de Khyber, no Paquistão, quando um terrorista do Talibã disparou um rifle contra ela, atingindo-a no rosto e no ombro. O Talibã havia emitido uma sentença de morte contra Malala como represália por sua campanha pelo direito das mulheres paquistanesas de ir à escola.

Gravemente ferida, Malala foi levada para um hospital de Birmingham, na Inglaterra, onde passou por várias cirurgias. Recuperada, ela reiniciou sua campanha pelos direitos das mulheres no Paquistão e em outros países da região, onde grupos radicais islâmicos impõem costumes medievais às mulheres. Em 2014, Malala Yousafzai recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Com 17 anos na época, ela foi a pessoa mais jovem a receber essa honraria.

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