Produção em mais de 40 estados americanos foi afetada e autoridades alertam para adoção de medidas de segurança
Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostram que 50,5 milhões de aves, incluindo galinhas e perus, morreram por causa do surto recorde de gripe aviária em 2022.
Autoridades sanitárias alertam para a necessidade de adoção de medidas de segurança perto das fazendas de criação de aves. A principal delas é prevenir o contato entre bandos domésticos e aves selvagens para proteger a produção de carne e ovos dos Estados Unidos.
Surtos de gripe aviária também foram registrados no Reino Unido e em outros países da Europa, África e Ásia.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) atribui o crescimento da onda da doença à intensificação do comércio internacional de aves e subprodutos oriundos de países com surto da doença, adoção de práticas agrícolas, que favorecem o contato com animais silvestres e pelo deslocamento de selvagens migratórias.
De acordo com a OIE, somente entre outubro e novembro deste ano, mais de 4,6 milhões de aves morreram ou foram abatidas por contaminação pela gripe aviária.
Para evitar um aumento ainda maior dos casos de infecção, desde 7 de novembro, as autoridades da Inglaterra determinaram que todas as aves domésticas e em cativeiro sejam mantidas em ambientes fechados. Uma medida semelhante entrou em vigor na Irlanda do Norte e o País de Gales deve adotar a mesma restrição.
A gripe aviária ou Influenza Aviária Altamente Patogênica (HPAI) se propaga entre as aves, a partir de contato direto com secreções de animais infectados, por meio de penas ou fezes, por exemplo.
Embora os casos de infecção humana sejam raros, o vírus pode se espalhar quando transportado pelo ar, por meio de gotículas ou poeira, se entrar nos olhos, nariz ou boca de uma pessoa ou for inalado.
Os sintomas da gripe aviária em seres humanos vão desde vermelhidão nos olhos e sintomas leves semelhantes aos da gripe, até pneumonia e dificuldade para respirar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 868 pessoas foram infectadas pela gripe aviária entre 2003 e 2022, resultando em 456 mortes.
A transmissão de pessoa para pessoa não está comprovada. As autoridades sanitárias também garantem que a influenza aviária não é transmitida pelo consumo da carne de frango, desde que cozida, ou mesmo de produtos derivados, ainda que esses alimentos tenham sido contaminados pelo vírus H5N1.
Por causa dos danos à saúde humana e animal e das consequências econômicas e sociais, a prevenção e o combate à influenza aviária são hoje prioridades globais. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo e desde 1994 mantém o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) para prevenção da doença.