Novas empresas invadem áreas das montadoras tradicionais e buscam mercado europeu
Nos últimos anos, o mercado de veículos elétricos da China foi impulsionado principalmente por políticas públicas de formação de frotas, sistema de cotas, subsídios diretos para compra e incentivos para montadoras. Agora, analistas da Bloomberg-NEF revelaram a presença crescente das startups no mercado de EVs, os veículos elétricos.
Até há pouco tempo, havia indícios de que essas startups corriam o risco de serem eliminadas por padrões de tecnologia mais rígidos. Além de sobreviverem, elas estão aumentando as vendas rapidamente. Xpeng, Hozon New Energy Automobile, Li Auto, Nio, Leap Motor e WM Motor estão vendendo quase 150.000 carros elétricos por trimestre, cerca de 7% do total global e mais de 10 vezes desde o início de 2020.
Diferente das montadoras tradicionais, as startups precisam se empenhar para mostrar que seus carros podem cumprir e superar as normas. Mas seus dirigentes sabem que os subsídios não durarão para sempre e que seus produtos precisam se sustentar. A mudança sobre a percepção dos EVs da China vem de um esforço feito pelas novas empresas de carros elétricos que combinam serviços digitais, conectividade no carro, experiência de atendimento ao cliente.
Em comparação com empresas como Tesla e BYD, que venderam 255.000 e 354.000 EVs globalmente no último trimestre, respectivamente, os números das startups chinesas são significativos, estão crescendo rapidamente e provavelmente chegarão a 250.000 por trimestre no próximo ano.
Em 2020, as montadoras internacionais estabelecidas detinham 61% do mercado total de automóveis da China. Isso caiu para 49% agora em 2022. Agora, elas estão lutando para recuperar o atraso em relação às suas linhas de modelos e fornecimento de baterias. Dificuldades com softwares e disputas com parceiros locais estão dificultando a reversão.
Enquanto as montadoras ocidentais estão vendo sua participação no mercado chinês encolher, as startups de veículos elétricos da China estão se expandindo rapidamente na Europa.
A MG Motor, de propriedade da SAIC, vendeu 40.000 EVs na Europa no ano passado, enquanto grupos como Nio, Xpeng, BYD e outros estão com números menores em países como a Noruega.
Todos os fabricantes de automóveis iniciantes da China planejam aumentar significativamente sua presença internacional nos próximos anos e alguns deles estão lançando novos modelos porque as regulamentações de CO2 para veículos da região vão se tornar mais rígidas até 2025.
Em 2019, a China propôs uma meta que parecia difícil de ser atingida, ou seja, ter veículos não movidos a gasolina ou diesel representando 25% das vendas de veículos de passageiros até 2025. Esse número agora parece que será alcançado este ano, três anos antes do previsto. As startups de veículos elétricos da China desempenham um papel importante para que isso aconteça.