Saúde mental dos brasileiros não anda lá essas coisas, indica pesquisa realizada em 64 países
Levantamento promovido pela organização sem fins lucrativos Sapiens Lab indica que o Brasil tem o terceiro pior índice de saúde mental, entre 64 países pesquisados. A primeira colocação está com o Reino Unido – nada a ver com as crises na família real – e em segundo vem a África do Sul.
Os dados fazem parte da nova edição do relatório anual sobre o Estado Mental do Mundo, elaborado pela Sapiens Lab. A pesquisa ouviu quase meio milhão de pessoas – 407.959 – nos 64 países.
Cada entrevistado recebe uma nota a partir das respostas relacionadas com aspectos emocionais, sociais e cognitivos. Os dados compõem o chamado quociente de saúde mental, MHQ, na sigla em Inglês.
Numa escala que vai até 300 pontos, o Brasil obteve 52,9, atrás da África do Sul, com 47,5 e Reino Unido com 46,2, esse último o pior entre os países incluídos na pesquisa. Entre os brasileiros, 33,5% (1 em cada 3) relataram múltiplos sintomas de mal-estar psíquico.
As piores classificações incluem os sintomas negativos de saúde mental, ou seja, pessoas que estão “sofrendo” de algum problema ou “lutando” para escapar. E as melhores se referem a pessoas que estão “prosperando” e indicam sinais positivos de bem-estar psíquico.
No levantamento atual, 38% das pessoas tiveram pontuações positivas, acima de 100. E 27 por cento registraram notas negativas, abaixo de 100. (o índice começa com -100). Embora o número de pessoas com registros positivos seja maior, houve um declínio acentuado em comparação a 2020, quando se observou um efeito resultando da pandemia.
Em 2019, a nota média global foi de 90,26 pontos, bem superior à atual de 64. Segundo o relatório, a população jovem é a mais afetada. Aqueles com idade entre 18 e 24 anos têm uma probabilidade cinco vezes maior de relatar queixas de saúde mental, quando comparados com a geração de seus avós.
A foto de capa é de Anthony Tran, para a Unsplash