O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos informou que a safra de laranjas na Flórida, em 2022, será a menor desde 1943. Levantamentos feitos pelos técnicos do Departamento mostram que os ventos do furacão Ian, que chegaram a passar de 200km/h atingiram a maior parte dos centros produtores.

Neste ano, a Flórida vai produzir 28 milhões de caixas de laranja, para 41,05 milhões no ano passado, de acordo com um relatório do Departamento de Agricultura. Trata-se da quarta queda consecutiva do principal produto agrícola do Estado.

Os preços do produto, que já haviam subido 50%, nos últimos doze meses, tiveram nova alta após o anúncio na queda da produção. Com isso, os produtores de suco de laranja na Flórida enfrentam novos desafios: o aumento no custo interno, a pressão de alta no Brasil, maior produtor mundial, além da concorrência com a Califórnia que, desde 2021, se tornou o maior Estado produtor no país.

Produtores da Flórida sofrem enormes prejuízos.

Na passagem pela Flórida, o furacão deixou um rastro de destruição que atingiu intensamente uma indústria que movimenta US$6,7 bilhões por ano. Representantes do setor temem que os dados do Departamento de Agricultura tenham que ser atualizados nos próximos meses, quando os estragos feitos nas laranjeiras que se mantiveram em pé, mas foram danificadas, se tornarem mais evidentes. Ou seja, os técnicos levarão um tempo para avaliar quais árvores vão continuar produzindo uma quantidade normal de frutos.

Trata-se de um quadro dramático para um setor que já vinha enfrentando problemas com doenças nas plantações, nas últimas duas décadas. Enquanto os produtores da Florida lidam com dificuldades que incluem os furacões e fungos, na Califórnia o problema é outro. As mudanças climáticas têm provocado secas prolongadas, que prejudicam não apenas as plantações de laranja, mas todo o setor agrícola do Estado.

Diante dessa situação, os produtores de suco de laranja, num país que é o maior consumidor mundial do produto, já estão se preparando para aumentar as importações, principalmente do México.