Serviços de inteligência britânicos detectam sinais de que a estratégia de Moscou começa a falhar
A invasão da Ucrânia pela Rússia começa a dar os primeiros sinais de um fracasso militar, enquanto as tropas russas sofrem pesadas perdas e os ucranianos conseguem reorganizar suas forças. A afirmação é do Secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, e foi feita durante conferência de ministros da Defesa de países da Europa e Escandinávia, realizada em Copenhague.
O ministro britânico declarou que os serviços de inteligência do Reino Unido têm informações que Moscou enfrenta grande dificuldade para recompor as perdas no front militar. Reservistas estariam procurando todos os meios possíveis para escapar da convocação, principalmente alegações relacionadas com a saúde. Cálculos dos serviços ocidentais de informação indicam que a Rússia já perdeu mais de 15 mil soldados, nos quase seis meses de combates, após a invasão. As versões divulgadas pela Ucrânia falam em mais de 30 mil russos mortos.
Depois de afirmar que Vladimir Putin poderá ter que enfrentar um grande fracasso, Wallace fez um apelo aos países da Europa ocidental e Escandinávia para que ampliem a ajuda militar e financeira à Ucrânia. A Dinamarca, sede do encontro dos ministros da Defesa, foi o primeiro país a apoiar a proposta.
Putin: sob ameaça de fracasso militar.
Nos últimos dias, dois acontecimentos apontam para as dificuldades da Rússia em manter a iniciativa na guerra: um bombardeio aéreo à base russa na Criméia, a península situada à beira do Mar Negro, ocupada pela Rússia, em 2014. O ataque destruiu aviões russos e instalações da base. A Ucrânia não assumiu a autoria do ataque, mas analistas militares descartam a hipótese de que os danos tenham sido causados por explosões acidentais. Ao mesmo tempo, a Ucrânia anunciou que suas forças lançaram uma ofensiva na frente Sul, na tentativa de reconquistar territórios ocupados pelos russos.
Os combates entre russos e ucranianos nas proximidades da usina nuclear de Zaporizhzhia, no Leste da Ucrânia, despertam o temor de um grande desastre nuclear, que poderia se espalhar por toda a Europa, mas que teria graves consequências para todo o planeta. Nos últimos dias, alguns projeteis chegaram a atingir partes da usina, mas não caíram na área dos reatores. Os dois lados em conflito trocam acusações pela responsabilidade por esses ataques. A ONU alertou que um eventual bombardeio direto à usina seria um “suicídio”. E os Estados Unidos pediram a criação de uma zona desmilitarizada em torno das instalações.
