Autoridade russa garante que a entrada da Ucrânia na OTAN seria o estopim para uma Guerra Mundial
Nas últimas 24 horas mais de 40 cidades e vilas ucranianas foram atingidas por mísseis russos, numa escalada de ataques contra alvos civis.
Mísseis atingiram cerca de 30 edifícios e casas de vários andares, gasodutos e linhas de energia na cidade de Nikopol, na região de Dnipropetrovsk, deixando mais de 2.000 famílias sem eletricidade, declarou o governador regional Valentyn Reznichenko. Pelo menos 26 pessoas foram mortas desde segunda-feira nos ataques com mísseis russos.
A intensificação dos ataques com mísseis se deu exatamente quando aliados da OTAN, reunidos em Bruxelas, apresentavam planos para reforçar conjuntamente as defesas aéreas da Europa e da Ucrânia com envio de sistemas como o Patriot e Iris-T, para proteger a população civil dos ataques de mísseis.
“Estamos vivendo tempos ameaçadores e perigosos”, disse a ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht durante assinatura de um acordo para compra de armas para um “escudo do céu europeu” com vistas à proteção do território alemão.
O governo de Vladimir Putin renovou os alertas de que a decisão da OTAN de enviar mais ajuda militar para a Ucrânia torna os membros da aliança militar liderada pelos EUA como uma “parte direta do conflito”. As autoridades russas foram além. Afirmaram categoricamente que a admissão da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte seria o estopim para a Terceira Guerra Mundial.
“Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para uma Terceira Guerra Mundial”, disse o vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Alexander Venediktov, em entrevista, na quinta-feira, à agência de notícias estatal russa TASS.
Esse é o ponto crucial da geoestratégia mundial. A OTAN provavelmente não permitirá que a Ucrânia se junte à aliança neste momento porque isso – durante uma guerra em curso – colocaria os Estados Unidos e aliados em conflito direto com a Rússia sob a cláusula de defesa coletiva da aliança. De acordo com essa cláusula, quando um país da OTAN é atacado todos os membros da aliança militar se voltam contra o mesmo inimigo.
Tudo indica que a ajuda militar dos países ocidentais à Ucrânia continuará restrita ao fornecimento de armas e sistemas de defesa para combater a Rússia, sem uma adesão à OTAN.