Presidente russo alega que Estados Unidos abriram precedente ao lançarem bombas atômicas sobre o Japão
No mais assustador discurso feito desde o início da guerra na Ucrânia, o presidente Vladimir Putin declarou que está pronto para usar armas nucleares no conflito com o país vizinho. E tentou justificar a ação que poderia desencadear um conflito global, afirmando que já existe um precedente no uso desse tipo de armamento, referindo-se ao bombardeio atômico contra Hiroshima e Nagasaki, na Segunda Guerra.
Depois de anunciar a anexação de quatro territórios pertencentes à Ucrânia, Putin ameaçou: “Se houver uma tentativa por parte de outros países de tomarem esses territórios que agora fazem parte da Rússia, vamos utilizar todos os meios à nossa disposição para defendê-los”.
O discurso foi considerado o mais “raivoso” de Putin, desde o início da guerra. Criticou duramente o Ocidente, afirmando que “as pessoas que vivem nas regiões fizeram sua escolha”, referindo-se aos referendos que, segundo o governo russo, receberam um “sim” à anexação de 99%.
Para os governantes europeus, no entanto, a votação nas quatro áreas anexadas — Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia — não passou de farsa. A Ucrânia respondeu pedindo à Otan que acelerasse a adesão à aliança de defesa liderada pelos EUA Em sua resposta, o presidente Zelensky prometeu expulsar os russos de toda a Ucrânia.
Vladimir Putin your speech is a fraud and a disgrace. The world must never accept your sham referendums or your cruel and illegal attempt to colonise Ukraine. We stand with the people of Ukraine and will support them without flinching until their country is whole and free.
— Boris Johnson (@BorisJohnson) September 30, 2022
Uma das primeiras respostas ao discurso de Putin veio do ex-primeiro ministro da Grã-Bretagna, Boris Johnson, que publicou no Twitter: “Vladimir Putin, seu discurso é uma fraude e uma vergonha.
O mundo nunca deve aceitar seus falsos referendos ou sua tentativa cruel e ilegal de colonizar a Ucrânia. Estamos com o povo da Ucrânia e vamos apoiá-lo sem vacilar até que seu país esteja inteiro e livre.”