Ataque foi reivindicado pelo grupo Legião da Liberdade Russa que luta contra o governo de Vladimir Putin
A Rússia anunciou que as forças armadas do país derrotaram dois grupos rebeldes que invadiram o território russo, na região de Belgorod, fronteira com a Ucrânia. Os dois grupos, Legião da Liberdade da Rússia e Corpo de Voluntários da Rússia, estariam utilizando o território ucraniano como base para ataques à Rússia. Ambos são contrários à invasão da Ucrânia e se mostram dispostos a combater o regime de Vladimir Putin.
Um porta-voz oficial russo disse que a operação “anti-terrorismo” lançada pelo Exército resultou na derrota dos “sabotadores”. Anteriormente, o governo russo havia acusado a Ucrânia de lançar ataques em território da Rússia, o que foi desmentido pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski.
A incursão dos rebeldes ocorreu após um ataque das forças russas contra a cidade de Dnipro, no leste da Ucrânia, com mísseis e drones durante a noite. O presidente Vladimir Putin declarou que o ataque foi planejado para desviar a atenção sobre a situação em Bakhmut, no leste da Ucrânia, onde as forças russas alegam ter tomado o controle do território. Tanto o grupo mercenário russo Wagner quanto o exército regular disseram no fim de semana que Bakhmut havia sido dominada após meses de combates, mas a Ucrânia garante que suas tropas continuam lutando pelo controle da cidade devastada.
Na segunda-feira, o chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que liderou por meses os ataques a Bakhmut, disse que suas tropas deixariam a cidade até 1º de junho e entregariam o controle às tropas regulares russas.
Sobre o ataque da Legião da Liberdade da Rússia na cidade de Belgorod, Mikhaylo Podolyak, assessor presidencial da Ucrânia disse que o país “está observando os eventos na região com interesse e estuda a situação, mas não tem nada a ver com isso”, afirmou o assessor.
A cidade de Belgorod é a mesma que, em abril deste ano, foi bombardeada “acidentalmente” por um caça russo que disparou mísseis sobre a cidade. As autoridades russas abriram uma investigação – que ainda não foi concluída – para apurar as circunstâncias do acidente, uma vez que o Kremlin afirma estar enfrentando uma onda de sabotagens dentro das suas próprias estruturas militares.