ECONOMIA

Rumor de abertura dispara corrida de bilhões na China

Informação de o governo estuda fim do lockdown leva US$450 bilhões para as bolsas

Por: Carlos Taquari
Da redação | 2 de novembro de 2022 - 15:57

Tudo começou com o print de uma tela de computador. No texto, a informação de que o governo estuda a suspensão de todas as restrições impostas para conter a circulação do vírus da Covid-19. A medida só seria aplicada a partir de março. Mas a notícia, atribuída a uma alta fonte do governo, já foi suficiente para provocar uma disparada nas bolsas de valores da China. A soma das apostas em títulos, nas bolsas de Xanghai, Shenzhen e Hong Kong, entre terça e quarta-feira, passa de US$450 bilhões. Esse valor equivale a um quarto do PIB do Brasil, calculado atualmente em cerca de US$1,6 trilhão de dólares.

De acordo com a informação que se espalhou rapidamente nos meios políticos e financeiros do país, Wang Hunning, – um dos 7 integrantes do Politburo, a instância máxima de poder, subordinada diretamente ao presidente Xi Jinping – teria sido encarregado de levar adiante um plano de reabertura econômica do país. Com esse objetivo, ainda segundo o print, o dirigente já se reuniu com autoridades de saúde para discutir o fim do lockdown, mas só a partir de março.

O isolamento de cidades inteiras, a proibição de deslocamentos de pessoas e até de mercadorias vem provocando uma acentuada queda na atividade econômica da China, que apresenta um dos piores desempenhos das últimas décadas. 

Por enquanto, o governo chinês ainda não se pronunciou sobre o assunto. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, ao ser abordado sobre o tema, em reunião convocada para tratar das relações com parceiros comerciais da China, alegou que não tinha informações a respeito.

A suspensão das restrições relacionadas com a Covid não seria uma medida fácil para o governo chinês. Só nas últimas semanas, mais de 250 milhões de pessoas foram colocadas sob isolamento, na região de Wuhan, província onde explodiu a pandemia, em 2019. As autoridades de saúde do país temem um novo surto, que possa resultar em grande número de vítimas fatais.

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