Pesquisadores identificam os perfis daqueles que se interessam por esse tipo de tecnologia
Desde de quando surgiram no mundo os robôs já tiveram muitas funções: tarefas de casa, produção industrial e até auxiliar em cirurgias. O robô sexual é uma categoria de androide que vem ganhando força no mercado nos últimos anos: máquinas de tamanho real, alimentadas pela inteligência artificial. Pesquisadores da Universidade de Concórdia, no Canada, traçaram os perfis de pessoas que buscam relações com tecnologias eróticas. O estudo detectou dois traços dos indivíduos que almejam as relações com robôs. A erotofilia se refere à associação sexual com sentimentos positivos. E a busca por sensações sexuais, já que para muitos a tecnologia é uma alternativa de relação sexual.
Atualmente um robô com funções sexuais custa em média US$ 8 mil dólares (cerca de R$ 34,7 mil reais), mas podem custar até US$ 10 mil dólares. Os mais caros são cada vez mais ultrarrealistas, ou seja, se assemelham a um ser humano. Apesar dos altos valores o produto vem crescendo nas vendas nos últimos três anos.
De acordo com o pesquisador da Universidade Concórdia, Simon Dubé, com o crescimento do mercado de robôs sexuais, é fundamental que se entenda qual é o público-alvo desse tipo de produto. “É extremamente importante entender quem são os primeiros usuários e de onde vem a demanda inicial. As empresas que as fazem precisam conhecer para ajustar e desenvolver essas tecnologias.”
Na pesquisa foram entrevistados mais de 500 adultos, sobre o que achavam dos robôs sexuais. O método do estudo é chamado de “Big Five” – traços de personalidade: abrangente, aceitação, consciência, neurótico e a extroversão.
“As avaliações de personalidade nos ajudam a prever os pensamentos, emoções e comportamentos prováveis das pessoas em todos os tipos de situações, incluindo aquelas em relação à sua sexualidade — e, neste caso, sua disposição de se envolver com novas tecnologias eróticas, como robôs sexuais”, afirma Dubé.
Os homens heterossexuais são mais interessados em robôs sexuais em comparação ao público feminino. Enquanto isso, os indivíduos que se identificaram como não conformes de gênero ou não binários apresentaram interesse nos androides sexuais. “As mulheres provavelmente não sentem que o produto atende às suas próprias preferências ou necessidades, ou é muito caro para algo que não precisa ser particularmente complexo ou interessante”, conclui Simon.