MEIO AMBIENTE

Reserva marinha ajuda a diminuir risco de extinção do atum

A pesca predatória é uma ameaça permanente à preservação de várias espécies

Por: Mario Augusto
Da redação | 22 de outubro de 2022 - 21:56

Dados científicos alertam sobre as ameaças sem precedentes causadas pela pesca predatória nos oceanos de todo o mundo. A exploração econômica desenfreada dos recursos naturais colocou o atum na lista de espécies ameaçadas de extinção. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2017, cerca de 34,2% dos estoques do pescado estavam em níveis biologicamente insustentáveis.

Mais de 7 milhões de toneladas de atum são pescados anualmente em todo o mundo e, por ser um dos produtos mais valorizados no mercado global, a pesca predatória é uma ameaça permanente à preservação de várias espécies.

Por isso, as áreas marinhas protegidas são vistas como uma ferramenta vital para proteger os oceanos.  Até 2030, a FAO apela para que 30% dos oceanos do mundo sejam colocados sob proteção.

 A meta é investir em áreas de conservação marinha para garantir que os sistemas implementados evitem a queda de estoques de atum.
Reserva marinha ajuda a diminuir risco de extinção do atum

Sobrepesca é uma ameaça para a sobrevivência do atum (Foto: Pexels)

Experiência de sucesso

O Monumento Nacional Marinho Papahānaumokuākea, que significa lugar sagrado, no Havaí, é uma dessas experiências de sucesso. Criado em 2006, a reserva marinha protegida, no berço do Oceano Pacífico, apresentou resultados surpreendentes de regeneração da fauna marinha.

Os pesquisadores da Universidade do Havaí, em Mānoa, Estados Unidos observaram uma recuperação acentuada nas reservas de atum e de outros peixes migratórios em torno de suas fronteiras.

O levantamento feito pelos pesquisadores do Instituto Cooperativo de Pesquisa Marinha e Atmosférica, ligado à Universidade do Havaí, identificou um aumento de 54% na oferta de atum albacora dentro e fora do santuário.

Os cientistas acreditam que esse resultado se deve ao tamanho da área protegida — que é quatro vezes maior que o estado da Califórnia. O comportamento de retorno de algumas espécies de atum na região também teve papel relevante no incremento da oferta.

“É importante ressaltar que esta área protegida não foi criada com a intenção de proteger o atum”, revelou John Lynham, professor da Universidade do Havaí em Mānoa.

Reserva marinha ajuda a diminuir risco de extinção do atum

Criação de reservas marinhas de proteção é uma saída para o equilíbrio do ecossistema. (Foto: Pexels)

Lynham explica que esse incremento na quantidade do pescado foi um feliz acidente, porque a intenção inicial do projeto era proteger a biodiversidade de áreas culturalmente importantes.

 Atum ainda em risco

Apesar do resultado positivo na reserva marinha protegida de Papahānaumokuākea, alguns estoques de atum continuam em declínio, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), responsável pela compilação da Lista Vermelha de extinção.

A pressão sobre a vida marinha continua crescendo. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN considera a existência de 139 mil espécies de animais no planeta. Desse total quase 39 mil estão ameaçadas de extinção, enquanto 902 já foram extintas nos últimos anos.

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