SAÚDE

Reino Unido recomenda uso de tecnologia para combater a insônia

Aumento do número de pessoas com dificuldades para dormir gera crescimento na indústria de aplicativos

Por: Júlia Castello
Da redação | 20 de fevereiro de 2023 - 21:55

A agência de saúde do Reino Unido, NHS England, está recomendando o uso do aplicativo “Sleepio” para pessoas que sofrem de insônia. A tecnologia é alimentada por um software de Inteligência Artificial, que funciona como um assistente de sono virtual chamado “The Prof”. O objetivo, claro, é ajudar os usuários a dormir com mais facilidade.

(Foto: Print do site do aplicativo Sleepio)

Estima-se que 71% dos britânicos não dormem as 7 a 9 horas recomendadas por noite. De acordo com um estudo da empresa Direct Line, um em cada sete estava dormindo menos de cinco horas. A insônia também tem afetado o sono de pessoas em outros países.

Um terço dos norte- americanos não dorme o suficiente, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. O alerta também acontece no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira do Sono, mais de 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia.

Causas e consequências

A falta de sono pode ser causada por inúmero fatores, como estresse, consumo de cafeína ou álcool. Seus efeitos têm sido estudados pela medicina, estando relacionado com vários problemas de saúde. O sono, de acordo com a NHS England, desempenha um papel na pressão alta e, pode provocar doenças cardíacas, diabetes e até problemas na saúde mental.

Dormir pouco pode causar inúmeros problemas de saúde.(Foto:Kinga Cichewicz, na Unsplash)

Além de todos os impactos na saúde dos indivíduos e para a saúde pública do país, a insônia também repercute na economia. Um relatório, realizado pelo instituto RAND Europe, mostrou que a privação do sono custa ao Reino Unido até 40 bilhões de libras por ano, em perda de produtividade.

Outro lado

O número de “insones” no mundo, que só tende a aumentar, tem gerado demanda por tecnologias que contribuem para uma boa noite de sono, como a “Sleepio”. O setor chegou a movimentar 15 bilhões de dólares em 2022, e a expectativa é que chegue a 67 bilhões de dólares até 2030, segundo novo estudo da organização, Global Market Insights.

Mesmo que a tecnologia possa estar ajudando pessoas a dormirem, o uso constante de aplicativos pode gerar efeitos negativos. Para a especialista em sono, escritora e palestrante, Alison Francis, “Toda a ideia de dar um descanso à mente com o uso frequente da tecnologia deve ser descartada”. Ela aconselha que as pessoas tentem aprender com a tecnologia, para que possam dormir sem ela.

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