Corpo celeste está localizado numa galáxia situada entre as constelações de Centauro e Hidra
Astrônomos britânicos e alemães detectaram um quasar que emite raios de luz 100 bilhões de vezes mais fortes do que o Sol. O estudo reúne cientistas da Royal Astronomical Society, do Reino Unido, e do Max Planck Institute for Extraterrestrial Physics, da Alemanha. Os dados indicam que os raios brilhantes têm origem no centro de uma galáxia que está a 9.6 bilhões de anos-luz de distância. Cada ano-luz tem cerca de 9.4 trilhões de quilômetros.
A galáxia que abriga o quasar agora detectado está localizada entre as constelações de Centauro e Hidra. Os quasares são os maiores emissores de energia do Universo, uma vez que emitem ondas de rádio, raios-X, raios gama, raios ultravioleta e feixes de luz. Tudo isso simultaneamente. Descobertos nos anos 50, na metade do século passado, foram batizados, inicialmente, de quasi-stellar object, daí a abreviação para “quasar”. De tamanho maior do que uma estrela, eles não têm a dimensão mínima para serem considerados uma galáxia.
O quasar detectado agora foi batizado de J1144 e está mais próximo da Terra do que outros já descobertos anteriormente. As observações feitas pelos astrônomos revelam que poderosas ondas de gás são lançadas pela galáxia onde se encontra o quasar, que se transformam em ventos extremamente poderosos, acrescentando mais energia no entorno.
“Estamos surpresos pelo fato de que um fenômeno tão poderoso não tenha sido detectado até agora, apesar de toda a sua luminosidade”, disse o Dr. Elias Kammoun, do Instituto Max Planck.
A equipe responsável pelo estudo utilizou dados de telescópios espaciais para medir a temperatura dos raios X emitidos pelo quasar. Os astrônomos concluíram que a temperatura é de cerca de 350 milhões/Kelvin, o que significa algo em torno de 60.000 vezes mais quente do que a superfície do Sol. O buraco negro situado no centro do quasar tem uma massa de 10 bilhões de vezes a massa do Sol. E mais: esse buraco aumenta de tamanho numa proporção de 100 vezes a massa do Sol, a cada ano.
O estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.