Para se ter efeitos reais na saúde, o exercício de caminhar ou correr deve atingir meta de frequência cardíaca
Existe o mito de que a corrida traz mais benefícios a saúde do que uma caminhada. De acordo com Greg Righter, fisioterapeuta da Spaulding Rehabilitation Network, afiliada a Universidade de Harvard, na verdade o fato de ser mais rápido ou não, não tem nenhuma relação com saúde. Tudo depende, segundo ele, de dois fatores: a frequência cardíaca alvo e a taxa de esforço percebido.
Righter explica que é possível calcular sua frequência cardíaca máxima de acordo com a idade. Ele dá o exemplo de uma pessoa de 60 anos. Primeiro, subtrai a idade da pessoa, 60, de 220. O resultado desta subtração, 160, é a frequência cardíaca máxima. Ai é necessário para ter efeitos reais na saúde alcançar 65% deste valor, o que seria 104, neste caso. Isto significa que quando a pessoa está andando de forma ideal seus frequência cardíaca deve ser de até 104 batimentos por minuto.
O fisioterapeuta e pesquisador afirma que é possível acompanhar a frequência por meio de um relógio inteligente ou Fitbit, que produzem monitores de condicionamento físico e rastreadores de atividade. Além disso, Righter defende que é possível calcular sozinho, sem a ajuda da tecnologia, por meio de uma escala de 1 a 10, chamada de taxa de esforço percebido (RPE). Um, você está descansando e 10 está se esforçando demais, dificultando inclusive a respiração. O ideal é estar na faixa de quatro a seis, considerado um nível moderado de esforço.
O pesquisador defende que para aqueles que não tem costume de praticar exercícios, o ideal é começar de forma gradual. Com apenas cinco minutos todos dias, até chegar na meta de 30 minutos diários. De acordo com a organização, American Heart Association, o ideal é realizar o exercício 150 minutos por semana, ou 30 minutos por dia durante cinco dias. Este tempo é independente da idade, do peso. O que muda e faz a diferença é a frequência. Cada um terá sua frequência cardíaca ideal.
Então, para as pessoas que não gostam de correr, a descoberta de Righter é uma boa notícia. Ele defende que o caminhar ao ar livre pode ser o esforço que falta na caminhada já praticada dentro de casa. Diferente da esteira, que tem superfície plana, andar em locais abertos permite o indivíduo à subir e à descer ladeiras, fazendo com que o esforço seja um pouco maior e traga benefícios diretos para a saúde do corpo e coração.