Cerca de 300 pilotos da American Airlines fizeram um grande protesto em frente à sede da empresa, em Fort Worth, próximo do aeroporto internacional de Dallas, no Texas. Um vídeo mostra imagens dos trabalhadores enfileirados, uniformizados e segurando cartazes com mensagens de insatisfação e críticas contra a companhia aérea.

Nas placas, era possível ler: “É hora de consertar a American Airlines; ouça seus pilotos”, “Frustrado com a American Airlines? Nós também!”, e “Nossos passageiros merecem algo melhor”.

“A American Airlines vendeu passagens para um serviço que, na realidade, não pode fornecer. Eles não têm aviões, não têm pilotos suficientes, não têm comissários de bordo. O histórico de servir crise após crise nos impactou muito. Os relatos sobre cansaço extremo dispararam”, disse Ed Sicher, presidente da Allied Pilots Association (APA), sindicato com 14.000 membros que representa os pilotos da American Airlines. Ele ainda fez um alerta: “As margens de segurança estão claramente sendo comprometidas.” A entidade também disse que está pressionando por um novo contrato de trabalho com a empresa em busca de um aumento de salário de 20% e uma reforma na programação da escala.

As negociações lentas e os salários estagnados prejudicam a moral dos pilotos e outros funcionários das companhias aéreas e podem criar menos incentivos para fazer turnos extras necessários durante períodos críticos, como a próxima temporada de viagens de férias.

O CEO da American Airlines, Robert Isom, disse em uma teleconferência de resultados de julho que há esperança de fechar um acordo até o outono americano.

As transportadoras aéreas dos EUA cancelaram 53.000 voos durante o primeiro semestre de 2022 e as taxas de chegadas pontuais são as mais baixas desde 2014, de acordo com o Bureau of Transportation Statistics dos EUA. As reclamações também aumentaram 270% em relação a 2019. A American teve a maior taxa de cancelamentos entre qualquer uma das principais operadoras da rede, eliminando 2,8% dos voos entre janeiro e junho.