“A experiência de flutuar num universo de luzes e estrelas, música e uma paz sublime”. Esta é a definição para o “sexo magnífico “, dada por um dos entrevistados pela dra. Peggy Kleinplatz, psicóloga e professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Ottawa, no Canadá, e diretora da Optimal Sexual Experiences, equipe de pesquisas da mesma universidade. A doutora Kleinplatz, entre outros livros sobre o assunto, é co-autora de “Magnificent Sex: Lessons from Extraordinary Lovers” (Sexo Magnífico: Lições de Amantes Extraordinários),  obra baseada em décadas de estudos e pesquisas sobre o tema.

Com base nos relatos de seus pacientes, no consultório, a doutora afirma que um dos maiores problemas enfrentados pelos casais, sejam heteros ou integrantes da comunidade LGBTQIA+, é a questão da frequência. Segundo ela, a queixa mais comum dos pacientes é essa: enquanto um quer manter relações todos os dias, ou quase todos, o outro não se importaria se fosse apenas uma vez por mês. Não apenas em seu consultório, mas ela conta que esse é o tema mais presente entre todos os seus colegas terapeutas.

A doutora Kleinplatz revela, ainda, que a questão do orgasmo é outra que sempre aparece. Mas, a partir de seus estudos e entrevistas, ela garante que é possível ter ótimas relações sexuais sem, necessariamente, chegar ao orgasmo.

Sexo magnífico 

Dra. Peggy Kleinplatz: para uma boa relação, nada de truques ou artifícios. (Foto: Arquivo Pessoal)

Para alcançar o que pode ser considerado um “sexo magnífico”, nas palavras da doutora, ela aponta o que chama de componentes essenciais ou facilitadores. Em primeiro lugar, estar totalmente envolvido/a naquele momento, mental e fisicamente e mais: sincronizado/a com a outra pessoa.

Os outros componentes incluem: intimidade erótica, ou seja, ficar completamente à vontade; empatia; autenticidade, vulnerabilidade ou a entrega ao outro; liberdade para exploração; mente relaxada, que inclua até uma dose de humor.

E a doutora vai além em suas lições: “Por empatia, não quero dizer apenas comunicação verbal. Significa estar de tal modo em sintonia com seu parceiro que é possível sentir na própria pele o desejo do outro e como ele espera ser tocado”.

Acima de tudo, segundo a doutora, um relacionamento sexual satisfatório não exige truques ou artifícios. Mais importante do que isso, ela explica, é a sintonia total entre o casal. Para ela, é importante desfazer o mito de que os grandes amantes nascem feitos e que isso seria privilégio de poucos. “A realidade mostra que amantes extraordinários preferem devotar atenção e energia aos parceiros. Esta é a lição crucial: “Great lovers are made, not born”, ou “Grandes amantes são feitos, não nascem”.

Via on-line, a dra. Kleinplatz atende pacientes do mundo inteiro interessados no Optimal Sexual Experiences.

A entrevista da dra. Peggy Kleinplatz foi concedida à revista Knowable Magazine