MEIO AMBIENTE

População de animais selvagens está em queda acentuada em todo o mundo

Relatório aponta que principais causas são a degradação do meio ambiente, caça e pesca

Por: Júlia Castello
Da redação | 13 de outubro de 2022 - 09:46

O relatório  “2022 Living Planet Index“, produzido pela organização Zoological Society of London, revelou que as populações  de animais selvagens em todo o mundo estão enfrentando declínios dramáticos. Espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes tiveram um declínio médio de 69% desde 1970. O índice representa uma queda muito mais rápida do que as previsões anteriores.

Entre as populações mais atingidas incluem-se os vertebrados de água doce. Desde 1970, houve uma queda de 83% destes animais. A organização rastreou 31.821 populações de 5.230 espécies de vertebrados, entre 1970 e 2018, para chegar nos resultados do relatório.

A perda da fauna em escala global é mais acentuada nas regiões com maior biodiversidade do mundo, como o Caribe e a América Central e do Sul. Segundo o relatório, houve uma queda de 94% de espécies de animais desde 1970. A degradação do habitat é o maior fator de perda de vida selvagem em todas as regiões do mundo, seguido pela superexploração de espécies pela caça ou pesca.

Mapa representativo dos dados do relatório por localização geográfica. (Gráfico: WWF)

Repercussão e críticas

Apesar dos dados dos relatórios serem importantes para iniciativas emergenciais de autoridades mundiais e organizações em prol do meio ambiente, alguns pesquisadores criticam a forma como os dados do relatório foram apresentados, alertando para interpretações errôneas que tem sido divulgadas.

Em um artigo publicado na revista científica “Nature”, a Ph.D. em GeoCiências na Universidade de Edimburgo, Hannah Ritchie afirmou: “Destilar o estado da biodiversidade do mundo em um único número – ou mesmo alguns números – é incrivelmente difícil (…) Definitivamente, não nos dá uma compreensão precisa de qual é o problema e como avançamos.” Ou seja, os dados apresentados pelos relatórios segundo o artigo, as descobertas não significam que todas as espécies ou populações em todo o mundo estão em declínio. De fato, aproximadamente metade das populações mostra uma tendência estável ou crescente, e metade mostra uma tendência de declínio.

Já Mark Wright, da organização internacional WWF em entrevista para a revista científica “New Scientist” afirmou que o relatório é uma ferramenta útil que reflete as descobertas de outras medições de biodiversidade, como a Lista Vermelha da IUCN e o Índice de Intacto da Biodiversidade. “Todos esses índices, todos eles gritam que há algo realmente muito errado”, pontua.

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