Deputado descreve os políticos como delinquentes e ladrões e chegou a sugerir o incêndio do Banco Central
Com a inflação acima de 100% e metade da população na linha de pobreza, o cenário político na Argentina abre espaço para um candidato antissistema, que acena com mudanças drásticas na economia. Javier Milei é deputado, líder da coalizão conservadora “A Liberdade Avança” e, apesar das propostas inusitadas, aparece com melhores índices de popularidade do que os políticos tradicionais.
Pesquisa da Management & Fit, o coloca em boa posição, quando comparado com as principais figuras do cenário argentino:
Para um economista, que trabalhou para o HSBC e outras instituições financeiras no país, Milei apresenta um perfil um tanto inusitado. Chegou a sugerir o incêndio do Banco Central argentino, porque a instituição não consegue controlar a inflação no país. Defende a substituição do peso argentino pelo dólar. E, embora seja deputado, costuma se referir aos políticos como “delinquentes, ladrões e criminosos”.
Seu eleitorado se distribui por várias camadas da população. Tanto na periferia de Buenos Aires e outras cidades argentinas, até nos bairros nobres da capital, além do cinturão agrícola do país.
Outra pesquisa recente, do DatoWorld, aponta os seguintes índices de popularidade:
Com esse perfil, Milei é tido como um sério adversário para os peronistas, atualmente no governo, com Alberto Fernandez, na presidência, e Cristina Kirchner como vice. Os dois se tornaram inimigos, antes mesmo da eleição que os levou ao poder e não trocam uma palavra.
Dados do Banco Mundial revelam que a Argentina é o país que passou mais tempo em recessão, após a Segunda Guerra, do que qualquer outra nação, exceto a República Democrática do Congo. Nestes 70 anos, a força política dominante no país tem sido o peronismo.